Este é um espaço livre para conversarmos sobre o Ensino Superior no Brasil e no mundo. Gostaria de apresentar-lhe algumas reflexões sobre o assunto e, principalmente, conhecer as suas. Participe por meio de postagens e comentários. Seja bem-vindo.

Ensino Superior no Brasil e no Mundo

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

¿Por qué Internacionalizarse?



Hoy en día, las universidades del mundo hacen grandes esfuerzos por internacionalizarse, y esos esfuerzos se ven reflejados en una búsqueda por :
  1. diversificar la presencia de alumnos extranjeros en sus campus,
  2. facilitar que sus profesores y alumnos desarrollen proyectos de investigación en coordinación con otras instituciones extranjeras
  3.  fomentar las publicaciones en revistas indexadas
  4. participar en congresos, seminarios, eventos científicos de índole internacional.

Por qué nosotros  como ESPE también debemos “Internacionalizarnos”? 


Porque mientras más diverso sea el portafolio de relaciones académicas, más enriquecida es la generación de conocimiento. La Dra. Silvye Didou, Representante de la UNESCO en México, sostiene que “La ciencia es una actividad de naturaleza internacional, los avances científicos siempre trascienden las fronteras y es precisamente ahí donde inicia el progreso científico, tecnológico y social.” Si el químico francés Louis Pasteur, en 1854, no hubiera compartido sus descubrimientos en microbiología sobre el proceso de pasteurización, en ninguna parte del mundo se podría consumir leche pasteurizada.


La internacionalización de la educación no es un fenómeno aislado a lo que vive el mundo, todo lo contrario, académicos como el profesor Hans de Witt destacan que “la dimensión internacional de la educación superior responde a la misma mecánica de la globalización”.

Por qué? Porque la interdependencia económica y social de los estados influye directamente en la educación y viceversa. Las generaciones de hoy en día se preparan para ser “ciudadanos globales” y por tanto, la educación debe fomentar las competencias para que sus futuros “profesionales globales” puedan desempeñarse en espacios  y contextos distintos a donde pertenecen.

Internacionalizarse es un proceso multidisciplinario que inicia desde el dominio del inglés y de otros idiomas, el desarrollo de competencias como la comunicación intercultural, el respeto a lo diferente, la facilidad de adaptarse a otros países y culturas, y la habilidad de interactuar con personas y situaciones que no pertenecen al entorno en el que crecimos o nos educamos. Una experiencia internacional permite a todo ser humano desarrollar una actitud positiva ante lo que es diferente y aprender del otro.

En una conversación con un investigador Prometeo de nuestra universidad me comentaba: “No es lo mismo realizar el estudio de un genotipo en un laboratorio de Corea del Sur que aquí en Ecuador… Es un desafío permanente como investigador”. Y a la vez él concluía “pero estoy desarrollando competencias que nunca antes imaginé desarrollar”. De igual manera, nuestros estudiantes que han viajado al exterior se sienten profundamente satisfechos con el legado que van dejando en el mundo sobre el Ecuador. Una alumna de la carrera de Ingeniería en Biotecnología, que realizó su estancia de investigación en Oklahoma State Universty, de EEUU me comentó que sus profesores estadounidenses se quedaban fascinados con  el nivel de compromiso y de seriedad de nuestros alumnos en el manejo de los instrumentos de los laboratorios.

Nuestra universidad está experimentando grandes cambios y si bien es cierto que hay mucho trabajo por realizar y muchos errores que enmendar, toda la comunidad universitaria somos  testigos de estos cambios: Nuestra producción académica y científica ha incrementado considerablemente el último año y poco a poco la ESPE empieza a posicionarse, a darse a conocer a nivel regional y extra regional. Este proceso se debe a principalmente tres ejes:
  1. la participación de los investigadores Prometeos (somos las universidad que más prometeos vincula a nivel nacional, según datos de SENESCYT, hasta septiembre 2014 hemos incorporado 44 Prometeos). La contribución de estos profesionales se ve reflejada en los resultados científicos que se han logrado en ámbitos como nanociencias, vulcanología, zootecnia, bioquímica.
  2. las publicaciones en revistas internacionales indexadas, fruto del trabajo de nuestros profesores, que han ido de la mano con su proceso de titulación a nivel doctoral.
  3. el fortalecimiento de los grupos de investigación, que ha permitido que desde enero – septiembre de este año  70 estudiantes realicen estancias de investigación, intercambios académicos, participen en congresos internacionales en países como Brasil, Canadá, Colombia, México, España, Estados Unidos.
Pero Internacionalizarse no sólo representa que nuestros estudiantes y profesores participen en las actividades antes descritas y desarrollen nuevas competencias. Existe un proceso fundamental para que la internacionalización fluya y  va de la mano con las estructuras financieras y administrativas de las universidades. El personal que trabaja en esas áreas debe conocer los objetivos de la universidad y debe prepararse para contribuir a que las aspiraciones de docentes y estudiantes se cristalicen. Estas estructuras financieras y administrativas deben ser facilitadoras de este proceso de internacionalización, no lo contrario.

La Universidad de las Fuerzas Armadas está cambiando y eso implica que todos quienes la conformamos cambiemos. Los invito a que formemos parte positiva de este nuevo capítulo en la historia de nuestra universidad.

M. Sc. Sara Duran
Directora de Cooperación Internacional 
de la Universidad de las Fuerzas
 Armadas - ESPE

sábado, 29 de novembro de 2014

Sanduíche ou pizza?





Estava com minha esposa em um restaurante quando um jovem (17 ou 18 anos) se aproximou. Como de praxe, pediu dinheiro. Minha esposa, como de praxe, disse que não. Falou que, se ele quisesse, compraria para ele um sanduíche, no mesmo local onde jantávamos, e daria para ele. O rapaz recusou respondendo que não queria sanduíche mas sim uma pizza. E foi-se embora.

O episódio me fez lembrar dos meus alunos que partilham desse tipo de atitude. Acreditam que se não recebem o que querem desdenham do que lhes é oferecido. A geração Y, a qual esse jovem pertence, é assim: só quer seus desejos atendidos, não importa o que se lhes oferece. Esse comportamento, que reporto de absurdo, eles chamam de comum.

Isto se reflete na sala de aula. Uma geração que quer a melhor aula, com o melhor professor, quer a melhor nota e quer o melhor diploma. Uma geração de querentes. Em contrapartida, não tem nada a oferecer. Nem pesquisas muito bem feitas, nem apresentações muito bem planejadas, nem relatórios muito bem redigidos, nem atitudes muito bem pensadas. É uma geração que tem o Google como ícone: tudo está ao alcance, por que ter trabalho?

Esses tipos de atitudes gerarão, cada vez mais, muito bons clientes. Perfeitamente inteirados dos seus direitos, prontos a cobrar bom atendimento, e de muita qualidade. Aptos a divulgar pessoas e lugares que não atendem bem. Rápidos em colocar nas redes sociais os reveses que sofrem e aqueles que não fizeram o que eles tinham direito. Ou achavam que tinham.

Na contramão da história está o Professor. Não pode cobrar muito deles, pois seus alunos não estão nas salas de aula para oferecer nada. Não estão preparados para realizar, pois querem é verificar quando suas notas serão lançadas. Os Professores precisam ser os melhores, mas seus alunos não. São clientes, não estudantes.

O modelo de ensino hoje, baseado em resultados, ou melhor, nos números, minam, cada vez mais, o futuro deste país. Não prima pelo que se ensina mas sim pelos resultados que a escola fornece. Não trabalham para o aperfeiçoamento mas sim pelos incentivos que a escola recebe para ter o aluno em suas salas de aula.

Medito, cada vez mais, sobre o futuro. Onde esses alunos, futuros profissionais, terão em suas carreiras? Como alguém no início da profissão chega para dizer o que a empresa pode fazer por ele, não o que ele veio contribuir para a empresa. Claro que a mídia mostra paraísos empresariais. Mas isso é para poucos, não para a maioria.


John Kennedy, em seu discurso de posse como presidente dos EUA, disse: “não pergunte o que seu país pode fazer por você, mas sim o que você pode fazer pelo seu país”. Acho que cada empresa deveria colocar esta frase na porta do setor de Recursos Humanos / Gestão de Pessoas. Muitos não querem sanduíche: querem pizza!

Professor e Educador Luiz Augusto ( prof.luau@gmail.com )

domingo, 2 de novembro de 2014

O processo do Ensino e o de Aprendizagem



O Ensino é um processo inserido na Constituição Federal de 1988. Está na famosa representação dos cinco dedos como Educação. Para todos, pois se transforma em independência do cidadão perante a sociedade, sua autogestão, sua independência da ignorância que o mantinha nas trevas da ignorância.

A Aprendizagem, no entanto, é uma escolha. Não depende do professor, da escola ou da comunidade. Dá-se nos corações e nas mentes dos estudantes, motivados pela sede do conhecimento e da vontade de aprender. Move tanto uma pequena criança como um idoso africano que levava seu neto para uma escola rural.

Tenho visto uma série de comentários sobre escolas e alunos. Um deles fala que o aluno é do século XXI, o professor do século XX e a escola do século XIX. A tecnologia, no geral, e a internet, em particular, levaram o conhecimento (assim como a tripulação do Capitão Kirk) onde nenhum homem jamais esteve.

Nunca me esqueço de que a melhor palestra que assisti se realizou por apenas um homem com o acompanhamento de um simplório microfone (auditório grande e plateia idem). Estava sentado nessa tarde por obrigação. Mas, aos poucos, o palestrante desfiou ideias de forma tão encantadora, com tanto conhecimento, que ganhou a plateia.

Temos um publico exigente? Sim. A aula deve encantar? Sim. Mas será que um projetor multimídia e tablets nas mãos são a resposta para a atenção dos alunos e sua vontade de saber? O processo, para ser de ensino E de aprendizagem, necessita de parafernália tecnológica?

Paulo Freire estaria totalmente fora deste mundo. Suas ideias não cabem no século XXI. Coitados dos adultos na Educação de Jovens e Adultos: ele, e Elvis, estão mortos. Talvez Elvis ainda viva. Mas Paulo Freire está a sete palmos. Sua iniciativa não caberia no mundo conectado e facebookeado.

Eu e muitos outros professores acreditamos que a tecnologia não é um fim em si mesmo, mas sim um meio para se atingir um fim. A imprensa de Gutemberg trouxe um meio de comunicar em massa. Isto é, o livro de relíquia passou a objeto de consumo. Para os que, movidos pela sede do conhecimento, buscaram em suas páginas (sistema de recuperação ainda insuperável) o saber!

Escolher o aprendizado não é apenas uma escolha que agregue, obrigatoriamente, o uso da tecnologia. É um meio que não devemos ignorar, mas não carrega todas as respostas. O aluno se move pelo que o capta, pelo que o prende, pelo que o chama, pelo que o seduz, pelo que o faz buscar, cada vez mais, saber o que significa aquilo que aquele professor fala.

O objetivo do professor e da escola do século XXI é fazer o que a Igreja Católica (a instituição) fez durante séculos: mudar a linguagem para chegar ao receptor sem, no entanto, nunca mudar a mensagem. Os caminhos para os alunos passam pela compreensão daquele ser que está diante de nós, professores, em sala de aula. Tecnologia é uma resposta fácil.

Proclamo a busca pela resposta difícil: como encantar o aluno? Como falar e eles compreenderem a mensagem? A embalagem pode mudar contanto que o conhecimento se perpetue, se amplie e se divulgue. Bons alunos merecem bons professores. Bons professores necessitam buscar os alunos, levando a sagrada missão de ensinar. Aprender? É com eles.

Professor e Educador Luiz Augusto ( prof.luau@gmail.com )

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Conselhos Profissionais: Certificação ou Exclusão?


Os conselhos de classe funcionam como fiscais dos formados em algumas profissões. Creio que a Ordem dos Advogados do Brasil seja muito conhecida, muito em função do famoso Exame da Ordem, e seu processo seletivo visto como um fator de qualidade face aos diversos profissionais formados. Passar de bacharéis em Direito em advogados é algo que tira o sono de vários formados pelo Brasil.

Notei, pessoalmente, a preocupação de muitos alunos de cursos de Ciências Contábeis também com a preocupação dos seus exames. Muitos alunos só “acordam” para a realidade quando se aproximam dessa fase. Comentários de alguns professores me levaram a crer que muitos alunos só encaram com seriedade o curso quando “despertam” para a prova. Tal não deveria ser mas, na prática, isso ocorre muito.

Existem muitas profissões sem Conselhos. A maioria não certifica seus formandos. Na prática, o desempenho fica por conta da famosa lei da oferta e da procura. O cliente procurará pelos melhores, diferenciará os capazes dos menos capazes. Embora seja muito darwinista, este processo tem sua lógica. Afinal, ninguém escolhe um time para uma “pelada” de fim de semana começando pelos piores, não?

Só comecei a pensar na prática dos Conselhos quando estava no cinema e ouvi alguém comentando sobre a Ordem dos Amigos dos Bandidos. O distinto cidadão tecia enormes críticas a essa Ordem, principalmente pelo fato de aparecer muito profissional junto a bandidos postos na notoriedade pela mídia. É claro que toda pessoa tem direito à sua defesa. Isto é uma condição indiscutível.

Vários advogados iam às cadeias em busca de presos políticos, não criminosos, durante o Regime Militar. Essa visão do advogado acabou, infelizmente, se distorcendo na mente de muitos cidadãos. Assim, parece apenas que advogado apenas “defende bandido”. Sabemos que não é assim, mas isso existe. Sabemos também ser muito difícil retirar de circulação os estereótipos muito enraizados.

Outra questão é o certificado que o exame fornece. Muito se falou de prós e contras. Amigos que passaram pelo exame disseram-me que ele cobra o básico do que se ministrou no curso. Não haveria um “bicho-de-sete-cabeças”, mas apenas o que todos deveriam saber. Mas aí a dúvida: quem certifica o curso, o Conselho ou o Ministério da Educação?

Novamente caímos na conclusão óbvia que a educação no Brasil está ruim. Um Conselho testa o que o MEC reconheceu como válido. O bacharel em Ciências Contábeis só é contador depois de uma prova, assim como o bacharel em Direito vira advogado depois de uma prova também. O Brasil vai na contramão do desenvolvimento por necessitar de certificados quando o governo é que seria a grande agência certificadora.

Acredito que um processo só é válido quando o aluno é testado ao longo dele. Creio que uma prova em si não mede, apenas verifica se o aluno sabe fazer uma prova. Assim como o vestibular evoluiu e surgiram o PAS e o ENEM, creio que o MEC poderia, ao invés de se render a esses exames de ordem, exigir maiores desempenhos dos alunos. Fazer como em países que encararam o desafio e, como na Coréia do Sul, elevaram as notas para aprovação.

Uma ex-aluna minha me disse que os coreanos, para aprovação nas disciplinas, precisam tirar, pelo menos, a nota nove. Eles justificariam essa prática dizendo que quem tira nove não domina dez por cento do conteúdo. Assim, um profissional brasileiro com média cinco na faculdade atesta que não sabe metade do conteúdo. Será que aceitaríamos um cirurgião que não sabe metade do que fazer em uma mesa de operação?

Fica o desafio às instituições de ensino superior. Será que elas teriam essa coragem? Será que modificariam suas práticas, a começar por melhores, mais capacitados, melhor remunerados e prestigiados professores? Será que o MEC reconheceria que a educação fundamental e a educação média são um horror, provados pelos exames PISA da vida? Ou o Soletrando do Luciano Huck? Será que as faculdades aceitariam ou sobreviveriam com esse nível de exigência?

Certa vez o presidente Lugo, do Uruguai, disse que só modificamos uma questão muito sensível a partir de soluções inovadoras. Não se modificaria o panorama da maconha com medidas já testadas e fracassadas, precisariam de algo novo. Acho que aqui também precisamos de algo radical, novo, não visto antes (pelo menos aqui). O choque causará tsunâmis (não “marolinhas”). Os melhores ficarão.


E aos perdedores? As batatas, como diria Machado de Assis. Ou um bolsa-fracassado.

Professor e Educador Luiz Augusto ( prof.luau@gmail.com )

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Ser ou não ser preconceituoso, eis a questão.




Outro dia estava em sala de aula apresentando uma palestra sobre sustentabilidade. O tema se ligava à gestão de pessoas de forma sustentável. Preparei-me para o evento por meio de uma pesquisa de campo onde verifiquei, num posto de gasolina, como era o processo de recrutamento e seleção de novos frentistas.

A apresentação corria um tanto quanto “morna” até que mencionei que o gestor/gerente do posto, entre várias perguntas, inquiria se os candidatos possuíam alguma religião. Ao expor o item em sala me deparei com um debate acirrado sobre esse critério do gestor. Algumas alunas se manifestaram contra a atitude do gerente, alegando ser ele uma pessoa “discriminadora”.

Aleguei, a meu turno, que a pergunta se baseava em uma razão prática. Ele me disse que o posto tinha como princípio a honestidade, coisa muito contestada neste século, particularmente em Brasília. Disse que, na sua experiência de mais de dez anos naquele posto ele percebeu que os funcionários/colaboradores que possuíam algum apego religioso tinham maior facilidade de se adaptar ao que o posto pregava.

Seguiu-se um debate em sala sobre o assunto. Alunas se postavam contra esse critério, chegando mesmo a dizer que “jamais trabalhariam naquele lugar”. Outros alunos colocaram que era apenas uma pergunta, entre várias outras, e que mesmo o fato de um colaborador ser ateu “não impediria sua entrada no posto”.

Prossegui a palestra deixando para as mesmas alunas duas perguntas. Primeira: “se vocês tivessem uma empresa e necessitassem de um contador, contratariam o Delúbio Soares? Segunda: “se vocês precisassem contratar uma babá para trabalhar e morar em suas casas, contrataria uma ex-presidiária que cumpriu pena por assalto e homicídio?”. Não pedi nenhuma resposta para nenhuma das perguntas, apenas que eles pensassem.
O caso não parou por aí. Em outra aula, dois dias depois, comentei sobre a senhora que foi morta em Santos-SP por ser confundida com uma suposta adoradora do demo cuja foto circulava em redes sociais. A senhora teria certo grau de semelhança com a suposta adoradora. Não bastou que a senhora viesse da igreja e tivesse uma bíblia sob o braço: foi linchada e morta.

Coloquei a situação para debate em sala e um aluno ponderou que “o povo estava certo”. Aduziu que “a segurança estava ruim e que as pessoas podiam fazer o que quisessem”. Face às manifestações dele, também deixei uma pergunta à queima-roupa: “o povo teria o direito de linchar e matar alguém, qualquer pessoa, incluindo se essa pessoa fosse a mãe dele?” Não pedi, como no caso das alunas, que ele me deixasse uma reposta.

Creio que essas duas situações trazem graves questões para a sala de aula: nossos alunos cresceram sob a ótica de quais valores? Será que os julgamentos carecem de maior reflexão ou a tábua de comparação de medidas, a régua da ética, está com problemas com o INMETRO? Qualquer uma das causas é portadora de uma preocupação profunda.

Os dois casos refletem apenas casos em que se acendem a luz de alerta sobre o grau de avaliação de futuros profissionais. Lembremos que esses são os valores que eles utilizarão para julgar, avaliar e decidir. Lembremos que, a priori, esta geração é egocêntrica e descompromissada com tudo que não sejam eles mesmos, além de baixíssima resiliência a fracassos.


Os professores necessitam, entre tantas outras questões, auxiliarem na detecção dessas realidades. Afinal, seus filhos e/ou netos são, ou serão, julgados, por profissionais dessa geração. O futuro se avizinha como uma perspectiva de necessidades individuais dentro das coletividades. É preciso agir para que todos sejam felizes para que cada um seja feliz.

Escrito por: Professor e Educador Luiz Augusto ( prof.luau@gmail.com )

sábado, 2 de agosto de 2014

O padrão FIFA e a Educação





A Copa do Mundo deixou muitos legados. Desde o comportamento nos estádios ao desempenho das seleções, tudo será de grande valia para observações, análises e comentários. Fica a Alemanha vencedora levando os maiores créditos. O Brasil, após uma série de erros e a fragorosa derrota, também passará por análises para se compreender o que houve e, principalmente, como não se repetir o fiasco apresentado em campo (e fora dele).

O Padrão FIFA foi decantado como algo de excelência. Contudo, as manipulações ocorridas em campo (e fora dele) contribuíram para um incremento artificial da qualidade do espetáculo. Fica-se perguntando: os fins justificam os meios? Temos uma Copa do Mundo de alta qualidade e jogos das competições nacionais que deixam muito a desejar?

A FIFA introduziu modificações que surtiram efeito: não penalizar com cartões amarelos e vermelhos no primeiro tempo; redução das dimensões do campo; medições as mais variadas possíveis; mudança da bola do jogo para favorecer os chutadores; dentre outras. Ou seja: mudança das variáveis do jogo para torna-lo mais atraente, emocionante e vendável.

Na educação ocorre algo semelhante: a manipulação de variáveis para dar uma sensação de conforto. Um amigo disse uma vez que “estatística é a arte de enganar os números”. Uma escola em Brasília certa vez colocou um anúncio de que tivera “aprovação 100 % no vestibular”. Soube-se depois que apenas um aluno dali se inscrevera e passou! A estatística estava certa, mas a mensagem ludibriava os incautos.

Qualquer que seja a estatística da educação brasileira, ela se construiu para modificar o que os indicadores internacionais (que nossas instituições de ensino não modificam): ela é péssima. Públicos ou privados, os números mostrados não condizem com a realidade que os professores veem nas salas de aula: alunos cada vez mais mal preparados; pouca (ou nenhuma) leitura; sofrível capacidade de expressão oral e escrita.

Na onda do padrão FIFA, fico com o padrão Alemanha: planejamento de longo prazo; resistência às pressões por resultados imediatistas; e, sobretudo: atingimento dos objetivos traçados. Viva a Alemanha!

Escrito por: Professor e Educador Luiz Augusto ( prof.luau@gmail.com )

quarta-feira, 2 de julho de 2014

A revolução digital chegou à sala de aula?






A Revolução Industrial foi um grande marco na História da Humanidade. Trouxe uma série de inovações importantes para os povos. Iniciada na Inglaterra, possuidora de várias condicionantes à época (estabilidade política, riqueza e mercado) se difundiu por toda a Europa e, posteriormente, para o mundo. Seu surgimento gerou benefício e malefícios, sabemos, mas o progresso se afirmou.

Acredita-se que, caso ela possuísse uma data identificável, seria o ponto de mudança da Idade Moderna para a Contemporânea. O fato de sermos capazes de precisar claramente a queda da Bastilha nos mostra a importante Revolução Francesa. Porém, como relata Eric Hobsbawn em seu clássico “A Era das Revoluções”, ambas (Francesa e Industrial) foram fundamentais para entendermos o mundo como o temos no século XXI.

O casal Tofler (Alvin e Heidi) em outro clássico (A Terceira Onda), cuja primeira edição no Brasil remonta a 1980, mostra que a “Era das Enxadas” deu lugar à “Era das Máquinas”. Afirma que a mudança de séculos de poder nas terras se transforma, a partir dessa revolução, em uma nova era para o Homem. Assim, a fábrica trouxe mudanças irreversíveis na vida das sociedades que se apropriaram de suas consequências positivas.

Os Tofler também afirmam na mesma obra que hoje estamos em uma nova “Onda” (a terceira) marcada pelo surgimento do computador e a tudo que se atrelou a ele, como a Internet. Estamos na “Era Digital” ou “Era do Conhecimento”. A informação transita pelas redes digitais, trazendo o mundo ou para nossas mãos, nos smartphones, ou até mesmo nos nossos óculos (google glass). O mundo agora é o que afirmou McLuhan: uma “aldeia global”.

A princípio pode parecer que o aluno se beneficiou disso. Porém, creio que em muitos casos isso não é verdade. Muitos alunos se preocupam mais em posts no Twiter e curtidas no Facebook a utilizar o potencial da nova era de forma mais produtiva. Sobretudo a Geração Y, totalmente nascida na Era Digital.

Em sala indago meus alunos sobre o uso do Goggle. Eles usam na maioria de seus trabalho. O “copiar / colar” é uma praga digital. Não se pensa nem raciocina. Indago muitas vezes: “quando você trabalha também usa o Google para tomar decisões que valem seu emprego?” Nunca vi um aluno admitir que usasse. Vão à legislação vigente ou local de consulta abalizada. Não vão a blogs ou sites para isso.


Creio ser preciso ir com mais calma ao acreditarmos que a Era Digital trouxe mais progresso ao processo ensino-aprendizagem. É preciso a intervenção massiva do professor intermediando os conteúdos e ajudando o caminhar dos seus alunos em busca do conhecimento. Assim com o papel existe há milênios e ainda não encontrou substituto, o professor ainda é um instrumento decisivo na Educação. Antes ou depois de qualquer revolução.


Professor e Educador Luiz Augusto ( prof.luau@gmail.com )

segunda-feira, 16 de junho de 2014

La importancia del marketing estratégico en la universidad del Siglo 21






Una de las frases reconocidas del Maestro del Marketing, Philip Kotler, expresa: “No compre participación en el mercado. Averigüe cómo ganárselo”

Inicio esta intervención, reconociendo que conceptualmente cuando se habla de marketing estratégico como el proceso por el cual se da valor a una institución, para captar, mantener y generar vínculos perdurables con sus clientes, éste resultaría poco aplicable a la Universidad; la mercadotecnia educativa, es un tema que a primera vista podría resultar incoherente, porque une dos conceptos posiblemente incompatibles, puesto que la planificación comercial de las instituciones de educación, no ha sido tradicionalmente considerada como parte importante de su quehacer; sin embargo, considerando las dificultades que atraviesan la mayoría de instituciones educativas, la necesidad de planificar sus estrategias para llegar a sus potenciales clientes en diferentes mercados, adquiere un rol protagónico.

Desde una mirada objetiva, las instituciones educativas pertenecen al sector de los servicios, cuyo origen y fin, está en el ser humano, y les corresponde, como integrantes del sistema económico, buscar el incremento continuo de la riqueza humana, representada en los valores del espíritu y en el desarrollo de las capacidades intelectuales y sociales. Desde luego, hay diferencias enormes entre vender productos y prestar servicios de educación, pero ambos son intercambios de valor y no solamente expresados en términos monetarios, sino por el valor percibido por los individuos y el atribuido por los grupos sociales a los servicios que ofrecen las universidades; por tanto requieren de una estrategia de marketing apropiada para su exitosa administración, debe existir un alineamiento estratégico con una seria convicción de que las Universidades existen, funcionan y se proyectan única y exclusivamente por sus alumnos, razón por la cual, todos quienes hacemos la Universidad debemos estar comprometidos con un servicio de excelencia para con los estudiantes.

Hoy en día, un gran número de Universidades a nivel mundial, tanto del sector público como privado, utilizan las técnicas, modelos y estrategias del Marketing. La justificación se centra en que la universidad siendo una organización de servicios mantiene una relación de intercambio con los alumnos, sus familias, las empresas, la sociedad y otros actores, que está influenciada por la necesidad de hacer rentable la ingente cantidad de recursos económicos que cada año se destinan a los diferentes niveles del sistema educativo.

Es indudable que la orientación al mercado que puede darse a la estrategia de marketing de la Universidad, nos ayudará a conocer los cambios del entorno y a considerar en el servicio ofrecido entre otros elementos: la calidad académica, la calidad de sus docentes, el modelo educativo, las facilidades de investigación, la infraestructura de la universidad, los servicios generales, el acceso a tecnología de primer nivel, una eficiente movilidad y una formación comprometida con el medio ambiente y la sociedad; es ahí que surge también la necesidad de fidelización del alumno como aspecto táctico para la universidad.

Una fidelización que no termina como hasta hace unas décadas, a nivel de estudios de grado. El ser egresado universitario no representa en muchos casos el final de las necesidades de educación técnica o profesional. La exigencia del mercado de contar con oportunidades de formación permanente - más allá del nivel de grado - genera un cambio de visión del mercado que ha impactado sobre las instituciones educativas. Tanto el estudiante de grado, como el profesional egresado, son candidatos potenciales a matricularse en programas de postgrado y de formación continua.

La cuestión fundamental es comprender que los alumnos no sólo requieren servicios educativos, desean ver cristalizadas sus expectativas, desean recibir servicios eficientes, desean experiencias formativas para la vida y desean garantías de calidad en su educación. Aquella organización que no lo entienda, a mediano o largo plazo no podrá sobrevivir en un mercado altamente fragmentado y cada vez más competitivo, que demanda más innovación, mayor agilidad y liderazgo.

Finalmente, quiero dejar en cada uno de ustedes, el siguiente criterio y compromiso: la implementación de estrategias de marketing dentro de la institución es tarea de todos, la Alta Dirección, el Personal Docente, el Personal Administrativo, el Personal de Servicios, todos somos responsables de estos cambios, porque somos quienes ofrecemos los servicios que brinda la Universidad, debemos estar totalmente identificados con los valores institucionales, debemos conocer cuáles son nuestras fortalezas, cuáles son nuestros factores diferenciadores, debemos conocer las expectativas de nuestros alumnos y debemos conocer a nuestra competencia.

Pero sobre todo, debemos amar lo que hacemos día a día, sabiendo que “La mejor publicidad es la que hacen los clientes y empleados satisfechos”, debemos mantener el orgullo de pertenecer a una institución centenaria que hoy precisamente 16 de junio 92 años atrás, tuvo sus inicios en la Escuela Técnica de Ingenieros, institución que más tarde dio paso a nuestra Alma Máter, nuestra querida Escuela Politécnica del Ejército y hoy se proyecta en la Universidad de las Fuerzas Armadas – ESPE, como una de las mejores del Ecuador y de la Región, una Universidad comprometida con el desarrollo responsable de nuestro país, que innova permanentemente hacia la excelencia.

Escrito por: Ing. Verónica Reyna N.
Directora Educación Continua - ESPE

domingo, 1 de junho de 2014

A velha nova metodologia de ensino



Em algum momento da trajetória acadêmica do Brasil houve uma perda de rumo. Não sei se teve como origem o momento político pós-governos militares, não sei se fruto de uma abertura ampla, geral e irrestrita em tudo. Não sou capaz de precisar, só de perceber.

Aristóteles, conhecido filósofo grego, dizia que “a virtude está no meio”. Sei que a sala de aula da palmatória não é um belo exemplo didático. Tampouco a turma do “não estudei mas tenho uma opinião” não é o que se espera. A formação das nossas universidades necessita, urgentemente, atingir o ideal aristotélico.

Ouvi um comentário sobre as salas de aula portuguesas. Não sei se é verdade, mas vá lá (vendo o peixe que me passaram): a dúvida é uma concessão do professor, não um direito quase divino do aluno. Cabe ao professor analisar a questão e, (somente) se achar pertinente, abre espaço para perguntas. Navegar é preciso, mas acho isto um pouco demais.

Por outro lado, no Brasil, aluno tem opinião. Parece uma escolha da seleção de futebol: cada um tem a sua. Além disso, Estatutos e outras leis, fora as necessidades imperiosas das estatísticas e rankings escolares (entenda-se captação de recursos), colocam o aluno sob um espesso manto de proteção ofertado pelo sistema.

O meio acadêmico é, em essência, um caldeirão de ideias. Porém elas não surgem por geração espontânea: são descendentes de outras ideias consolidadas no saber da humanidade. Exceto raras e merecidas exceções, realizadas por alunos muito além do seu tempo, as novas ideias surgem da dialética das ideias conhecidas.

Como se conhecem essas ideias? Pelo estudo. Porém, em muitas instituições de Ensino Superior brasileiras, estudar é quase um sacrilégio. Dizer para o aluno estudar? Nem de longe! Fere suscetibilidades. Inaceitável. Há solução? Claro! No país do “jeitinho” (típico como jabuticaba) criou-se a m-e-t-o-d-o-lo-g-i-a! O aluno não aprende? Professor! É a sua metodologia! Troque-a, urgente!

Quando era moço (pelo termo que utilizei faz muito tempo) aprendi que estudar era o único caminho para o sucesso. Talvez se no Brasil, como no Japão, a ascensão social se desse pelo estudo, talvez não tivéssemos resultados pífios em qualquer ranking de faculdades ou exames de capacidade. O futebol encanta e enche o bolso dos craques, mas alguém necessita de condições técnicas para gerar, e gerir, o espetáculo.

É o que se diz do aparato necessário às arenas da Copa de 2014. O aparato técnico para a geração das imagens de forma globalizada exige gente de conhecimento, pessoas muito capazes em seus ofícios. Acredito que eles até possuíam alguma opinião nos seus cursos, mas também estudaram muito para atingir um nível de qualidade.

Quando moço a única metodologia era estudar. Talvez fosse essa a solução para nossos alunos de hoje.

Escrito por:  Professor e Educador Luiz Augusto ( prof.luau@gmail.com )

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Capacitação na Faculdade: Não faculte!



As Instituições de Ensino Superior (IES) possuem material humano riquíssimo em suas salas de aula. O corpo docente é capaz e os alunos passaram por uma seleção para ingressar nas IES. Não se tem dúvida que o resultado disso são pessoas capacitadas a enfrentar os problemas da profissão e desempenharem, da melhor forma possível, as suas tarefas.

Sabemos, porém, que não existe apenas a atividade-fim nas IES. Há um grupo de pessoas encarregadas de proporcionar a infraestrutura necessária para que a capacitação aconteça. O processo ensino-aprendizagem depende da atuação desses profissionais. Sem eles os professores, alunos e coordenadores não seriam capazes de colocar na prática o planejamento do ensino.

O Brasil não tem uma cultura generalizada de formar, com bastante acurácia, a capacitação desses profissionais. Tomei conhecimento pessoalmente, aliado a comentários de terceiros, de como uma Instituição de Ensino possuem colaboradores sem a competência necessária para se desincumbir das suas tarefas no dia a dia da Instituição.

Possivelmente exista foco apenas no que gera resultados: sala de aula. Contudo, esquece-se de que o ensino se realiza com meios adequados, disponibilizados a tempo e a hora, com oportunidade. Sabe-se que excelentes professores se fazem perceber sem recursos multimídia, por exemplo. Porém, na Era do Conhecimento, a geração digital possui outras demandas.

É fundamental que os invisíveis, muitas vezes, colaboradores da atividade-meio sejam capacitados para bem servirem em seus cargos. Entender o contexto de ensino é fundamental para quem trabalha com ensino. Como médicos entendem médicos dentro de um hospital, as IES necessitam de pessoas capacitadas para entender o universo do processo educacional.

Uma experiência muito boa é facultar ao colaborador uma bolsa para que ele seja capaz de frequentar cursos de sua área onde ele trabalha. Sair da atividade-meio e ir para a atividade-fim: do setor para a sala de aula. Assim, sendo aluno, espera-se que passe a atender melhor os alunos. Vendo professores, espera-se que compreenda seu papel no processo de proporcionar meios de atuação dos docentes.

Vi essa experiência se realizar com sucesso. Durante mais de dez anos, fui capaz de perceber nuances quase imperceptíveis, muitas vezes, de atuação dos profissionais de recursos humanos, comunicação social, atendimento ao cliente, dentre outras. A instituição tem muito a ganhar com esses colaboradores alunos (ou ex-alunos).

Desempenho é fruto do que se sabe. O desempenho não se dá por processos químicos ou alquímicos, mas sim por um lento e contínuo processo de capacitação. O país precisa de brasileiros em sala de aula. Sendo também da força de apoio dessas instituições, tanto melhor. Atingem-se dois grandes e importantes objetivos num mesmo lugar.


Sobretudo nas faculdades, a oportunidade está à mão. Deve-se aproveitar a oportunidade de contar com profissionais cada vez melhores para lidar com um processo cada vez melhor de formação de pessoas. As salas de aula e as pessoas capazes disso estão ali mesmo. Um incentivo de palavras e financeiro talvez sejam o ponto de partida para que tudo isso se realize. Eu vi. Veja também.

Escrito por: Professor e Educador Luiz Augusto ( prof.luau@gmail.com )

quarta-feira, 2 de abril de 2014

A importância de acolher os novos alunos

A chegada ao Ensino Superior é uma etapa muito importante na vida de todos os estudantes. É um momento de dúvidas e incertezas, atingimento de sonhos e objetivos. Muitas vezes uma completa incógnita, pois o que os espera por trás das portas de uma faculdade não é tão determinado quanto às matérias estudadas nos atuais Ensinos Fundamental e Médio.

A dinâmica do Ensino Superior é muito diferente do Fundamental e do Médio. Fórmulas e equações da Física e da Matemática não mudaram. A Tabela Periódica da Química, iniciada por um cientista russo, continua aí. Enfim, as Ciências Exatas continuam cada vez mais exatas. Revejo com minha filha a Ótica e Termodinâmica que estudei há mais de trinta anos atrás. Creio que só as figuras mudaram.

Lembro quando tomei conhecimento, pela primeira vez, da divisão de disciplinas em uma Instituição do Ensino Superior. Vi o curso de Direito de um amigo todo organizado em dez semestres de créditos. Não se faziam matérias: os alunos acumulavam créditos, alguns livres, outros vinculados a outros créditos (os pré-requisitos). Não entendi nada. Ele passou vários minutos me explicando. Coisa inventada após 1964.

Chegar à faculdade é um momento único. É como ser pai ou mãe de primeira viagem. Uma expectativa do que será que será. Misto de curiosidade, apreensão, esperança e alegria. Num país que não valoriza a educação, apenas na hora que falta (como o almoço ou o jantar), o curso superior é um momento mágico. Como chegar à escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.
 


O novo aluno necessitaria passar, em todas as instituições, por uma semana de acolhimento. Ser recebido, receber as boas-vindas. Não por um Coordenador, por professores. Mas sim uma recepção institucional. Levado a conhecer a sua nova casa, passear pela instituição, conhecer sua história, ver as salas, laboratórios, os recursos à sua disposição. Saber os aspectos obrigatórios também, é claro. Mas, acima de tudo, sentir-se “da casa”.

O acolhimento é mais importante, a meu ver, para adultos que fazem sua primeira graduação. Os recém-chegados que estão há muito tempo longe da sala de aula. A rotina de estudos e a necessidade do “algo mais” podem esmorecer quem não tem hábitos de estudo há tempos. Porém, ele necessita de apoio: mostrar que estudar o engrandecerá como profissional e como pessoa. Enfim, o tornará um brasileiro melhor e um cidadão mais consciente.

Um aluno é uma joia rara. Deve ser lapidado desde que põe os pés pela primeira vez na instituição. Deve ser algo muito sério e muito nobre: aluno. Não cliente: aluno. Pois quem se educa merece respeito, apoio. Muito trabalho também, é claro. Mas deve ser mais um participante de cada casa de ensino superior deste país.


Demos boas vindas aos mais novos alunos do Ensino Superior deste país. O Brasil, e eles, merecem.

Escrito por: Professor e Educador Luiz Augusto ( prof.luau@gmail.com )