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Ensino Superior no Brasil e no Mundo

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Capacitação na Faculdade: Não faculte!



As Instituições de Ensino Superior (IES) possuem material humano riquíssimo em suas salas de aula. O corpo docente é capaz e os alunos passaram por uma seleção para ingressar nas IES. Não se tem dúvida que o resultado disso são pessoas capacitadas a enfrentar os problemas da profissão e desempenharem, da melhor forma possível, as suas tarefas.

Sabemos, porém, que não existe apenas a atividade-fim nas IES. Há um grupo de pessoas encarregadas de proporcionar a infraestrutura necessária para que a capacitação aconteça. O processo ensino-aprendizagem depende da atuação desses profissionais. Sem eles os professores, alunos e coordenadores não seriam capazes de colocar na prática o planejamento do ensino.

O Brasil não tem uma cultura generalizada de formar, com bastante acurácia, a capacitação desses profissionais. Tomei conhecimento pessoalmente, aliado a comentários de terceiros, de como uma Instituição de Ensino possuem colaboradores sem a competência necessária para se desincumbir das suas tarefas no dia a dia da Instituição.

Possivelmente exista foco apenas no que gera resultados: sala de aula. Contudo, esquece-se de que o ensino se realiza com meios adequados, disponibilizados a tempo e a hora, com oportunidade. Sabe-se que excelentes professores se fazem perceber sem recursos multimídia, por exemplo. Porém, na Era do Conhecimento, a geração digital possui outras demandas.

É fundamental que os invisíveis, muitas vezes, colaboradores da atividade-meio sejam capacitados para bem servirem em seus cargos. Entender o contexto de ensino é fundamental para quem trabalha com ensino. Como médicos entendem médicos dentro de um hospital, as IES necessitam de pessoas capacitadas para entender o universo do processo educacional.

Uma experiência muito boa é facultar ao colaborador uma bolsa para que ele seja capaz de frequentar cursos de sua área onde ele trabalha. Sair da atividade-meio e ir para a atividade-fim: do setor para a sala de aula. Assim, sendo aluno, espera-se que passe a atender melhor os alunos. Vendo professores, espera-se que compreenda seu papel no processo de proporcionar meios de atuação dos docentes.

Vi essa experiência se realizar com sucesso. Durante mais de dez anos, fui capaz de perceber nuances quase imperceptíveis, muitas vezes, de atuação dos profissionais de recursos humanos, comunicação social, atendimento ao cliente, dentre outras. A instituição tem muito a ganhar com esses colaboradores alunos (ou ex-alunos).

Desempenho é fruto do que se sabe. O desempenho não se dá por processos químicos ou alquímicos, mas sim por um lento e contínuo processo de capacitação. O país precisa de brasileiros em sala de aula. Sendo também da força de apoio dessas instituições, tanto melhor. Atingem-se dois grandes e importantes objetivos num mesmo lugar.


Sobretudo nas faculdades, a oportunidade está à mão. Deve-se aproveitar a oportunidade de contar com profissionais cada vez melhores para lidar com um processo cada vez melhor de formação de pessoas. As salas de aula e as pessoas capazes disso estão ali mesmo. Um incentivo de palavras e financeiro talvez sejam o ponto de partida para que tudo isso se realize. Eu vi. Veja também.

Escrito por: Professor e Educador Luiz Augusto ( prof.luau@gmail.com )