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Ensino Superior no Brasil e no Mundo

sábado, 20 de outubro de 2012

Um retrato da Educação Superior.



A rede federal de ensino superior de nosso país conta atualmente com mais de um milhão de alunos matriculados. A rede privada, por sua vez, com quase 6 milhões. No período de 2010-2011, a matrícula na rede federal cresceu 10%, enquanto que, na rede privada, o crescimento foi de 4,8%. 

Esses números foram divulgados este mês pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). Também são informadas outras estatísticas que revelam que o interesse por cursos tecnológicos tem aumentado significativamente, enquanto que os de licenciatura estão praticamente estagnados. 

Esse quadro geral tem um lado positivo, mas, infelizmente, também tem um lado negativo. O positivo é que confirma que, quando há uma política de incentivo adequada para obtenção de uma formação acadêmica, a população estudantil responde de forma natural, buscando os cursos relacionados. Esse é o caso dos cursos tecnológicos. Não é possível negar que precisamos desses cursos. 

A preocupação nesse contexto, no entanto, é que não podemos descuidar da excelência do ensino a ser ofertada. Uma formação de qualidade é imperiosa. Não podemos pensar apenas em números. Deveremos estar cientes de que somente a quantidade não garantirá o desenvolvimento do país, tampouco a empregabilidade do cidadão, seja ele brasileiro ou não.

Sob esse mesmo contexto, também é preocupante as várias reportagens que têm sido divulgadas com relação à contratação de mão-de-obra estrangeira especializada: engenheiros, analistas, técnicos, etc. O número de autorizações para estrangeiros trabalharem no país tem crescido. Sem demagogia, me parece bem razoável pensar que devemos, em um primeiro instante, garantir preferencialmente a empregabilidade para todo cidadão brasileiro. 

O lado negativo dos números do MEC/Inep é que a procura por cursos de licenciatura não foi apreciável, indicando uma estagnação prática. Isso parece-me um erro estratégico. Não se pode imaginar um país, que tenciona protagonizar o desenvolvimento da América latina, sem ter uma formação de excelência de profissionais em licenciatura. Esquecer-se do professor é um erro que já cometemos no passado. Basta investigar o desenvolvimento dos países após a Segunda Guerra Mundial. Compare-se, por exemplo, Coréia do Sul e Brasil. Investiguem-se as áreas de investimento desde então. 


Em síntese, como cidadão brasileiro, fico feliz e otimista, por saber que, apesar dos pesares, o quadro geral tem caminhado para melhor. Mas, também, preocupo-me, pois acredito que podemos fazer melhor, mais depressa e, sobretudo, mais acertadamente.        



Escrito por: Prof. Carlo Kleber.
   

A Pedagogia do Estudo

Tenho visto e ouvido uma série de comentários a respeito de planejamento escolar. A reestruturação de ensino me soa uma tarefa tão recorrente quanto à reforma agrária, como nos mostram os livros de História quando falam da Roma antiga. Os anos e os séculos passam e se busca adaptar à realidade de hoje as necessidades básicas do ser humano – o ensino entre elas.

A orientação do ensino sofreu uma série de mudanças, muita das quais acompanho desde menino. Não sofri a palmatória institucional na escola, mas levei bolo na mão quando tirava menos que oito. Não ajoelhei no milho, mas fui para a sala ao lado ficar de costas para a parede como castigo por falar em forma na entrada da sala.

Quando fui cursar a Academia Militar não tive problemas em enfrentar a disciplina. Sempre me julguei autodisciplinado e as passagens do passado me deram a noção que é preciso disciplina e ordem para que se possa realizar algo de valor. O “jeitinho” e o “você sabe com quem está falando” é coisa de país subdesenvolvido.

O brasileiro, em geral, tem a mania de importar os valores alheios, sobretudo dos Estados Unidos, sem importar valores que realmente contam. Importam-se a música, os filmes, as palavras, as gírias e as gestões empresariais. Não se importam, todavia, o amor à pátria, o culto aos símbolos e à história nacional.

Aqui no Brasil o povo, de forma geral, não guarda sua memória. Porém, admiram-se em ver num Museu Britânico artefatos do Século V preservados com carinho e cuidado pelos ingleses. Um cerimonial com uniformes históricos em Brasília são fora de moda ou cheiram a mofo. A troca da guarda no Palácio de Buckingham, porém, é chique. Uma lástima.

No ensino, as fórmulas variam. Criaram-se e criam-se várias abordagens. Até uma “pedagogia do prazer” foi propalada como forma de fazer com que o Aluno aprenda de maneira não traumática e de forma mais construtiva. Todas elas, acredito, fundamentadas para que se chegasse à melhor qualidade de ensino.

Na prática, porém, o que vejo nas salas de aula e o que me é transmitido por outros professores é que o Aluno está cada vez mais sem base, possui cada vez menos conhecimento e não quer, cada vez mais, estudar. As piadas que circulam por e-mail das “barbaridades” cometidas em vestibulares são famosas. Não sei se são verdadeiras, mas ajudam o Jô Soares a fazer algumas piadas.

Penso que devemos abandonar tudo isso. Quando os problemas são complexos geralmente as respostas são bem simples. No caso eu sugiro a criação da Pedagogia do estudo: o Aluno vai para a sua aula e depois ele vai estudar. Só. Simples assim. Prático. Objetivo. Sem investimento público, sem leis ou decretos estatais. Sem preocupação psico-pedagógica. Só estudar.

Os Alunos de hoje, de forma geral, querem conhecimento como se jogassem videogame: se não vencer a fase tenta de novo ou desliga a máquina para ir passear no shopping. Não se importam em serem desafiados e superarem os obstáculos: não consegui, jogo amanhã, pensam.

A cada dia a sociedade está mais competitiva e necessitando de pessoal cada vez mais qualificado. Em contrapartida, nossos jovens estão cada vez mais longe da prática da leitura, do estudo e da reflexão sobre as coisas importantes da vida.

Sugiro que estudem mais, comam menos hot dogs, ouçam menos funk ou hip hops.

Escrito por: Prof. Luiz Augusto.