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Ensino Superior no Brasil e no Mundo

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Desenvolvimento e Sociedade






Acompanhei um seminário cujo tema era: Terceiro Setor – o quinto poder*. Durante três jornadas noturnas foram tratados assuntos sobre esse importante segmento da sociedade que, junto com o poder público (o primeiro setor) e as empresas (segundo setor) compõem a força organizadora e propulsora do desenvolvimento da sociedade.

O seminário foi organizado em três vetores: o primeiro um painel sobre o terceiro setor e o saber; o segundo sobre o terceiro setor e a solidariedade; finalizando o terceiro setor e a cidadania, o trabalho e o lazer. Cada jornada visou abordar um aspecto, dentre tantos existentes, da complexidade de gerir organizações com essas características.

A última palestra do terceiro painel foi apresentada por uma professora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), com o seguinte título: A Gestão no terceiro setor. Diferente de outras apresentações, as quais se baseavam em experiências pontuais de organizações constituídas, reais, a professora mostrou uma visão acadêmica sobre os estudos feitos sobre o tema, buscando contribuir com uma perspectiva de futuro.

A educadora apresentou um slide onde mostrava uma proposta de melhoria de uma gestão de sustentabilidade que se baseia sobre quatro pilares de gestão:  qualidade, redes, estratégica e comportamento organizacional. Segundo seus estudos, esse modelo criará condições para fundamentar as empresas do terceiro setor a se sustentar dentro do ambiente cada vez mais dinâmico nas mudanças, sobretudo nas informações e no conhecimento.

A gestão da qualidade se baseia na qualidade no atendimento do cliente e na educação continuada das pessoas suas atendentes. A gestão de redes se fundamenta na gestão das redes de parcerias que a empresa amealha e do seu portfólio de fornecedores, sem os quais os insumos necessários para seu funcionamento (bens ou serviços) não estarão a tempo e a hora na sua posse para atender suas demandas.

A gestão estratégica visa alinhar, estrategicamente, os processos e os projetos da empresa, de modo que seus esforços sejam direcionados para o atingimento dos objetivos, focados nas metas e aderentes às ações desenvolvidas. No tocante à gestão do comportamento organizacional a professora ressaltou a formação e a manutenção de talentos.

Ao observar os pilares propostos pela palestrante notei um ponto comum entre os quatro fundamentos apresentados: a centralização na pessoa, não na tecnologia. A gestão sustentável passa por ações humanas, iniciativas pessoais, não no incremento no arque tecnológico das empresas. Uma observação importante num mundo cada vez menor, com fronteiras cada vez mais fluidas, com informações cada vez em maior quantidade e com a comunicação cada vez mais rápida.

O fator humano é, sem dúvida, a base da organização de qualquer setor, não apenas do terceiro. O mundo está cada vez mais complexo e necessita de profissionais cada vez melhor preparados para enfrentar as incertezas de um futuro que se modifica com uma rapidez muito grande. Os talentos, como ela afirma, devem ser formados, o que se dá por meio da educação.

Outro ponto é a manutenção dos talentos. Geralmente as empresas em dificuldades financeiras buscam recuperar sua sustentabilidade com a redução de seus efetivos. Desconheço se esse é o melhor remédio para as organizações se recuperem dos percalços normais de gestão. Contudo, a manutenção de talentos é fundamental, conforme foi apontado, para que um empreendimento não fracasse. Os talentos são pessoas, não podemos nos esquecer disso.

Escrito por: Prof. Luiz Augusto.

*Terceiro setor é uma terminologia sociológica que dá significado a todas as iniciativas privadas de utilidade pública com origem na sociedade civil. A palavra é uma tradução de Third Sector, um vocábulo muito utilizado nos Estados Unidos para definir as diversas organizações sem vínculos diretos com o Primeiro setor (Público, o Estado) e o Segundo setor (Privado, o Mercado).