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Ensino Superior no Brasil e no Mundo

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Conceitos e Atitudes: Os Princípios da Formação Superior



As instituições de ensino superior possuem a finalidade de formar profissionais de diversas áreas. A formação passa por uma série de fases, avaliações, tarefas, etc. É planejada visando à incorporação de uma série de competências necessárias para o desempenho profissional. Podemos resumir o planejamento em duas vertentes: conceitos e atitudes.

Os conceitos são as bases da profissão ministrada no curso. São os pilares sobre os quais o curso se fundamenta. São as ferramentas com as quais os egressos realizarão suas atividades profissionais. São os instrumentos utilizados para exercer a profissão.

As atitudes são as posturas que o formando assumirá no exercício da profissão. São reações desejáveis que os alunos apresentassem quando aplicassem os conceitos aprendidos no curso. São maneiras de encarar os desafios encontrados no dia a dia, de forma a aplicar os conceitos sem perder princípios mais universais, como, por exemplo, a ética.

A exposição dos conceitos na escola é conhecido. A novidade se dá por causa dos recursos tecnológicos gerados pela Era do Conhecimento. O acesso à informação ficou muito maior: bases de dados digitais, sites específicos, particularmente de ligação governamentais, são apoios importantes. A interatividade, não só entre os estudantes, mas também com os educadores, diminui distâncias e quebra barreiras.

O segundo aspecto é mais difícil de obter. Como fazer com que os profissionais que se capacitam nas instituições de nível superior reproduzam procedimentos e ações desejáveis? É um desafio de cada ator envolvido no processo educacional, mercê da falta de ambientes propícios para a simulação desse desempenho.

As formações de profissionais da área da saúde é uma exceção. Geralmente de regime integral, permite que os alunos, desde cedo, participem de rotinas em locais onde desempenharão, futuramente, o seu trabalho. A atuação em laboratórios, hospitais, clínicas, serviços de saúde (como o SAMU) ambulatórios, dentre outros, são fundamentais para o desenvolvimento de suas competências.

Como ficam, então, outros cursos? É certo que laboratórios de informática ajudam na formação de profissionais de Tecnologia da Informação, por exemplo. Mas o trabalho em equipe? Ética? Iniciativa? Responsabilidade? Capacidade de planejamento? Organização? Método de trabalho? Estas são algumas das características que se espera de um gestor de excelência, um profissional (muito) bem formado. Não se espera menos que isso.

Os educadores possuem um grande desafio. Seu planejamento de ensino necessita a contemplação também desses aspectos. Um profissional da Era do Conhecimento não deve se formar apenas carregando uma bagagem de conhecimentos sem saber como aplica-los. Com certeza as provas tradicionais, alunos reunidos em sala respondendo questões no papel, são necessárias. Mas não só isso.

Acredito que os educadores, na ausência de outros ambientes de prática dos conceitos, precisam tomar por direção, no seu processo de ensino, dois caminhos: atividades definidas detalhadamente e uso intenso de tecnologia da informação. O primeiro caminho levará, em tese, o aluno a se desincumbir de tarefas ao mesmo tempo em que apresenta atitudes. O segundo coloca o aluno próximo às ferramentas obrigatórias do Terceiro Milênio.

As atividades e avaliações devem exigir do aluno que faça o trabalho de determinada forma, particularmente as exigidas por sua profissão, dentro de um determinado prazo, prevendo bonificações e penalizações. Deve-se estimular o trabalho em pequenas equipes, dinâmicas de grupo, leituras, discussões em sala, apresentações, dentre outras formas de avaliação de desempenho.

O uso da tecnologia da informação permitirá que o aluno se conecte a um mundo cada vez mais entrelaçado, miniaturizado devido ao alcance proporcionado pela “rede das redes”: a internet. Os educadores devem estimular a pesquisa em bases de dados confiáveis, realização de cursos à distância, utilização de recursos tecnológicos para confecção e apresentação de trabalhos, espaços virtuais compartilhados, fóruns de discussão, chats, dentre outras ferramentas ainda por se inventar.

O educador do Terceiro milênio é multidisciplinar e tecnológico. O acesso ao conhecimento gerou a necessidade de atualização constante dos professores. O aluno é alguém mais crítico, mais informado, mais dinâmico, mais inquieto. Os estímulos variados aos quais os alunos estão sujeitos na Era do Conhecimento trouxe a necessidade de mentores, não só expositores de conteúdos.

A aldeia global forjou pessoas que necessitam de convencimento. Não aceitam fórmulas prontas e conceitos definitivos. Não aceitam verdades sem provas. Não esperam ideias ultrapassadas ou sem comprovação. Não toleram demora em saber. São pessoas movidas a sonhos, perspectivas, motivadas constantemente.

É um grande desafio. Mas a vida só vai para frente se for movida a desafios. Não se atingem grandes metas sem se cobrarem grandes esforços. É o desafio dos novos tempos de um mundo cada vez mais ligado e de pessoas cada vez mais informadas.

Escrito por: Prof. Luiz Augusto.