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Ensino Superior no Brasil e no Mundo

quinta-feira, 27 de junho de 2019

Ensino Superior: Onde estamos e aonde vamos?

           Gostaria de compartilhar com vocês três subtemas que imagino que devem analisados, dentre tantos outros, quando falamos sobre o futuro do Ensino Superior em nosso país. Faço a exposição com base em fragmentos de reportagens ou artigos a que tive acesso, cujos conteúdos originais em sua inteireza estão nos hiperlinks disponibilizados. Evidencio que não tenciono propor diretrizes formais, tampouco soluções, apenas busco oportunizar-lhes alguma reflexão.




  1. Metodolodias ativas:  aprendizado baseado em Problemas (PBL) é uma metodologia ativa de ensino onde os alunos ganham conhecimento e habilidades enquanto resolvem problemasPBL integra saber e fazer. A metodologia prima pelo desenvolvimento de habilidades críticas de pensamento e resolução de problemasEnfatiza-se o aprendizado autodirigido. Ou seja, centrado no aluno, que passa a ser o principal gerador de conhecimento ao procurar ativamente a informação que necessita para resolver um determinado problema. O objetivo é que o aluno resolva tudo autonomamente. A função do professor neste sistema passa a ser, fundamentalmente, a de um orientador do trabalho dos alunos. Neste contexto, é importante destacar que o aluno é obrigatoriamante visto como alguém que compreende perfeitamente sua responsabilidade, não cabendo mais posturas que supõem que o professor deve fiscalizar suas ações para garantir que este (o aluno) esteja de fato cumprindo o seu papel. Além disso, reforça-se a ideia da aprendizagem continuada, ou seja, aprender por toda a vida, e de cursos de menor duração que o tradiconal modelo empregado em grande parte das Instituições de Ensino Superior (IESs) do País. 
  2. Competências e não apenas títulos: colecionar apenas títulos e mais títulos não deve ser uma conduta estimulada. Mesmo os mais bem qualificados profissionais têm dificuldades para encontrar um emprego no País. Por isso, não é exagero afirmar que o Brasil está formando mestres e doutores para o desemprego. A frase é de Silvio Meira, professor do Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e da Escola de Direito do Rio da FGV. Os números demonstram isso friamente: enquanto no mundo a taxa de desocupação desse grupo gira em torno de 2%, por aqui, a média é de 25%. Os mestres estão em situação ainda pior: 35% fora do mercado de trabalho. Simplesmente ser detentor de um título não é o suficiente para a empregabilidade desejada. Nesse sentido, apesar de ser uma realidade por vezes cruel, deve-se verificar o que de fato a sociedade precisa naquele momento de sua evolução, ou seja, ter-se a devida consciência situacional.                                              
  3. Impacto do Ensino Básico no Ensino Superior: o anuário brasileiro da educação básica, divulgado no dia 25 deste mês, mostra que, em 2018, quatro em cada dez professores não tinham a formação adequada para o que ensinavam no sexto e também no nono ano do fundamental. Segundo o levantamento, quase 38% dos docentes do fundamental não fizeram o curso de licenciatura ou a complementação pedagógica necessária para ensinar uma disciplina específica. No ensino médio, o índice chegou perto dos 30%. Quem reuniu e analisou os dados destaca ainda a falta de condições de trabalho para os professores nas escolas públicas e os baixos salários. Fatores que explicam o abandono da profissão de professor e a falta de atrativos para que os estudantes com as melhores notas se dediquem à missão de ensinar. Nesse sentido, é preciso bem esclarecer que, se o aluno do Ensino Básico não tiver a adequada preparação, então é óbvio que o aluno do Ensino Superior também não terá a devida formação. Simplesmente acreditar que mecanismos de seleção mais rigorosos para acesso ao Ensino Superior evitaria essa tragédia é ilusório: as IESs necessitam do aluno (bem ou mal formado) para justificarem a sua existência. Esta é a realidade.

      Como disse ao início, não tinha a intenção de propor soluções ou diretrizes para o Ensino Superior do nosso país. Mas creio que estas certamente podem se originar a partir do momento em que melhor reconhecemos os verdadeiros desafios a serem enfrentados.



Carlo Kleber da Silva Rodrigues

carlokleber@gmail.com