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Ensino Superior no Brasil e no Mundo

sexta-feira, 1 de maio de 2015

Padrões de qualidade para ingresso no Ensino Superior





O General George Smith Patton Jr, veterano das duas Guerras Mundiais, escreveu um livro pouco antes de morrer. O livro se intitulava A GUERRA QUE EU VI. Relatava episódios ocorridos durante a 2ª Guerra Mundial e algumas lembranças de sua carreira. É um documento precioso de alguém que viveu, intensamente, a primeira metade do século XX.

O capítulo final possuía uma relação de ensinamentos de vida colhidos na guerra. Esse capítulo se intitulava FAZENDO JUS AO MEU SOLDO. Relatava, entre outras coisas, o exemplo como fator para que os homens sigam um líder num conflito. Utilizava uma metáfora com um macarrão. Dizia que empurra um fio de macarrão num prato era muito difícil. Puxá-lo, nada mais fácil.

O Governo federal, por caminhos certos ou errados, acabou por regular o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE), como parâmetro de qualidade. Assim, as Instituições de Ensino Superior (IES) possuirão recursos e integrarão o ranking nacional a partir do desempenho de seus egressos. Assim, essas instituições planejaram seus esforços para a qualidade.

Assim, o ENADE vai ao encontro do que ensinava o general americano: não adianta a tentativa de empurrar para qualificar. Precisamos colocar um objetivo, uma meta, lá na frente, para puxar o desempenho dos que seguem nessa direção. Na guerra, o líder. No ensino, o padrão de qualidade, o parâmetro de medida, o certificado de qualificação do produto.

As pessoas podem perguntar: o Exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) não é um padrão de qualidade? Acredito que não. É um exame fechado, auditado pela própria OAB, sem um controle externo de discussão de seus métodos. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), por outro lado, possui equipes interdisciplinares de avaliação, com métodos reconhecidos e evolução constante.

Á Pátria Educadora da segunda gestão da presidente Dilma Rousseff, iniciada com seu discurso de 1° de janeiro de 2015,  modificou o ingresso nas IES. A mídia, pesquisadores, entre outros, denunciam há anos a fragilidade do ensino básico no país. Contudo, repetindo a fórmula do ENADE, acredito que, talvez por linhas tortas, planejado ou não, as instituições de ensino utilizem as novas regras do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) para o planejamento de suas ações educacionais.

A prática mostrou que o aluno se guia pelo desafio que tem que enfrentar. Caso seja uma prova de uma disciplina, estudará para ela. Caso seja o ingresso no ensino superior, se preparará para ele. Como um atleta que busca melhorar seu desempenho. Esse mesmo atleta, por outro lado, definirá um objetivo como barreira a ser vencida: uma altura, uma distância, um tempo, etc.

As mudanças causam desconforto. A Humanidade, entretanto, evoluiu por seu não conformismo. Viveríamos até hoje em cavernas se não fosse o desejo de querer algo melhor. A mudança, na maioria das vezes, é a mola impulsionadora do progresso. Manter o status quo não garantirá a sobrevivência nem um avanço da tecnologia. Assim como manterá, invariavelmente, a evolução à reboque dos conformistas.

Patton tinha razão. A educação brasileira espera que as novas regras surtam um efeito benéfico. Do contrário, sempre se pode piorar.

Prof. Luiz Augusto ( prof.luau@gmail.com )