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Ensino Superior no Brasil e no Mundo

domingo, 24 de outubro de 2021

Ensino Superior na Pós-Pandemia do COVID-19

                    Vivemos ainda em período de pandemia. Mas temos algumas estatísticas que já nos permitem conjecturar de forma otimista que caminhamos para o seu fim.  Então, apesar de ainda não termos essa certeza absoluta, permita-me  dialogar e refletir com você sobre como será o Ensino Superior na Pós-Pandemia do COVID-19. 




            Minha exposição a seguir se baseará em destaques de alguns trechos de artigos (reportagens, opiniões, ideias etc.) que li e apreciei (independentemente de estar em acordo ou desacordo). Creio peremptoriamente que também evoluímos quando lemos algo que de antemão discordamos. Não significa que com isso necessariamente mudaremos de opinião ou que estejamos em dúvida sobre o que pensamos. Não é um disputa para se saber quem está certo. Trata-se apenas de um exercício intelectual visando ao desenvolvimento do melhor pensar e compreender.

1- A pandemia promoveu uma revolução na percepção de estudantes e professores quanto às formas de aprendizagem: aulas remotas, disciplinas online, sala de aula invertida, simuladores virtuais, apps e outros gadgets entraram em cena e uma “revolução inovadora” chegou na maioria das instituições de educação superior no Brasil. O ensino híbrido passa de uma tendência para uma realidade consensuada que as IES estão adotando.(2 de junho de 2021)

2- No mundo pós-pandemia, para garantir o engajamento do estudante e ao mesmo tempo motivá-lo a esta nova forma de educação, será necessário a apresentação de um currículo personalizado, chamativo e ao mesmo tempo envolvente. Serão novos tempos, com diferentes desafios e o ensino precisará fomentar a esperança com possibilidades reais de inovação e transformação da sociedade. Todo o mercado mudou e com a educação não foi diferente. Temos novas tendências e inspirações para (re)significar a educação do Brasil. (13 de janeiro de 2021).

3- Por razões econômicas, o setor privado já tinha avançado muito no EAD. Enquanto isso, o setor público se manteve no presencial. Como a transição entre as modalidades é complicada, o momento é de paralisia no ensino público. Quando essas universidades se veem em uma situação de isolamento social, é uma novidade ter que introduzir novas tecnologias, novas maneiras de ensinar e de manter o contato a distância. Vai ser um retorno difícil e lento em que várias modificações podem ocorrer. Haverá um sistema público com muito mais restrições financeiras e que vai precisar se reinventar de alguma maneira. E, evidentemente, as novas tecnologias podem ajudar. (22 de abril de 2020).

4- Durante a pandemia do coronavírus ficou ainda mais nítida a relevância do ensino superior do ponto de vista individual e coletivo: os profissionais mais capacitados tiveram melhores remunerações e condições de trabalho, além de, em muitos casos, utilizaram seu conhecimento para a produção de vacinas, estudos genéticos e diversos outros que contribuíram coletivamente. No pós-pandemia, essa importância só tende a se intensificar, tanto pela expansão do EAD e demais tecnologias educacionais quanto pela maior valorização e financiamento que devem ocorrer nas áreas de pesquisa. (14 de junho de 2021).

5- O ensino híbrido (blended learning) é uma modalidade que une as aulas presenciais e propostas online de forma complementar para oferecer experiências mais enriquecedoras para os alunos. Esse modelo é facilitado pelo uso das novas tecnologias na educação e pela internet. Assim, alunos e professores se comunicam, trocam materiais e fazem as atividades propostas. O aprendizado híbrido na pandemia é um método que ajuda os alunos a conhecerem melhor seu ritmo e tempo para absorver novos conceitos. Além de permitir que os alunos vejam a internet como uma forma de enriquecer o ensino com mais facilidade. Isso traz ainda mais autonomia, o que é uma característica importante para que os alunos evoluam e consigam se empenhar mais para aprimorar seus interesses de estudo. (7 de junho de 2021).

               Como dito em postagem anterior a esta, se for possível, peço que você leia os artigos (ideias, reportagens etc.) acima na íntegra para formar sua opinião, e termino este texto deixando-o com os seus pensamentos. Ressalto que não tenho a intenção de convencimento, mas apenas contribuir sobre um tema que julgo ser tão importante: como melhor escolher/aprimorar as metodologiass aplicáveis no Ensino Superior agora (durante a pandemia) e, naturalmente, no período pós-pandemia.

Um grande abraço e fiquem com Deus.

Carlo Kleber da Silva Rodrigues (carlokleber@gmail.com)



quinta-feira, 24 de setembro de 2020

Quais as metodologias aplicáveis ao Ensino Superior na Pandemia?

                     Existe em curso uma discussão instigante sobre as metodologias que devem ser utilizadas para um efetivo processo ensino-aprendizagem no Ensino Superior devido à pandemia do COVID-19, buscando evitar-se particularmente a evasão escolar. Neste contexto, o mundo acadêmio viu então emergir um incontável número de soluções para resolver a questão do distanciamento social, então imposto pelos protocolos de saúde elaborados pelas autoridades públicas.



                    Há naturalmente de se reconhecer a grande contribuição que especialistas estão ofertando à sociedade em um momento tão difícil e, até certo ponto, aterrorizante. Tudo que desconhecemos, certamente tememos (e muito). Todavia, em meio a esse novo modus operandi, gostaria que me permitisse compartilhar uma preocupação que sempre acompanhou-me em meus muitos anos de docência: a infantilização metodológica do Ensino Superior. Meu objetivo neste texto não é julgar metodologias, mas apenas alertar para a necessidade de uma criteriosa análise antes da adoção de uma solução. 

                Nesse sentido, tomemos como base a definição de Ensino Superior da Wikipédia, que para o efeito pretendido é suficiente e de ponto pacífico: "O ensino superior, educação superior ou ensino terciário é o nível mais elevado dos sistemas educativos, referindo-se normalmente a uma educação realizada em universidades, faculdades, institutos politécnicos, escolas superiores ou outras instituições que conferem graus acadêmicos ou diplomas profissionais."

            Creio ser bem razoável supor então que as fases anteriores (Ensino Fundamental e Ensino Médio) foram devidamente cumpridas e que os egressos gozam perfeitamente das capacidades e habilidades lá ensinadas. A expectativa decorrente é que no Ensino Superior os discentes sejam então mais capazes de desenvolver novos cohecimentos de forma independente, autônoma e responsável, observando especialmente os seguintes três domínios cognitivos: Analisar, Avaliar e Criar

            A discordância do anterior simplesmente nos levaria a uma discussão interminável sobre direitos e deveres do cidadão, bem como do papel do Estado em todo esse processo. Furtarei-me propositalmente de enveredar por esse caminho, atendo-me apenas à reprodução  de três pequenos trechos de artigos publicados sobre essa infantilização, já observada bem antes da pandemia e que pode vir a ser agravada, caso não seja devidamente lembrada.

Trecho 1:

"Nas universidades ou politécnicos, a responsabilidade de motivar não deve caber ao professor. A tese é defendida por Carlos Fiolhais, físico, docente e divulgador de ciência. Afirma que, por oposição ao ensino básico ou secundário, onde “os alunos têm que ser dirigidos”, a frequência no ensino superior significa autonomia." (Camilo Soldado, 25 de outubro de 2015).

Trecho 2:

"Espero que na Universidade pública não cheguemos ao ponto de propor uma reunião de pais. Pelo andar da carruagem, no entanto, já não seria de se espantar. Como antídoto, poderíamos levar estudantes e nós mesmos um pouco mais a sério, tratando-os e tratando-nos como adultos, não apenas aptos a reproduzir uma opinião sobre algo (ou sobre “tudo”), mas formados para enfrentar o conhecimento e as problemáticas sociais com disciplina, esforço analítico e capacidade reflexiva. Não é tão complicado, basta que a Universidade aposte naquilo que é seu papel, que não é o de vender entretenimento, nem de agradar a clientes. Para isso é preciso renunciar à sedução gozosa da infantilização. Mas é que talvez isso não seja tão fácil. (Alexandre Fernadez Vaz, 27 de março de 2015)".    

Trecho 3:                

"O Jornal Folha de São Paulo do último domingo, dia 22 de março, torna alarmante o que nós, professores universitários, já sabíamos e temíamos. Cresce o número de alunos cada vez menos autônomos nas universidades públicas e privadas. Não bastassem controlarem os boletins e notas dos filhos pelos sites de internet disponibilizados nos portais das faculdades, os pais agora querem reuniões frequentes com os professores e diretores, ademais de darem palpites nos programas acadêmicos e acompanharem os filhos nos processos de adaptação ao novo ambiente universitário.  (Maristela Basso, 24 de março de 2015)." 


        Se for possível, peço que você leia os artigos acima na íntegra para formar sua opinião, e termino este texto deixando-o com os seus pensamentos. Ressalto que não tenho a intenção de convencimento, mas apenas contribuir sobre um tema que julgo ser tão importante: como melhor escolher/aprimorar as metodologiass aplicáveis no Ensino Superior agora (durante a pandemia) e, naturalmente, no período pós-pandemia.


Um grande abraço e fiquem com Deus.

Carlo Kleber da Silva Rodrigues (carlokleber@gmail.com)