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Ensino Superior no Brasil e no Mundo

terça-feira, 29 de março de 2016

Falar e Entender






Passei quinze dias andando por várias cidades da Itália. Sempre tive muita curiosidade em ver várias cosias que só conhecia ou por meio dos livros ou da televisão. Com certeza é muito bom estar nos lugares onde a história aconteceu e se passou. Ver os rios, as cidades, as praças, o casario, as pontes, as torres, dentre outros marcos.

Estar em outro país, porém, não são somente flores. Apesar de ser uma língua latina, não é simples entender e falar o italiano. Muitas vezes foi preciso pedir ajuda ao inglês para me fazer entender. Seja para pedir uma informação, seja para almoçar. Esperando, é claro, que as outras pessoas também soubessem inglês.

Lembro-me quando embarquei no avião dos Transportes Aéreos Portugueses (TAP). Pus os pés no avião e fui recebido com um “bom dia”. Maravilha! Agradeci, vivamente agradecido, à comissária de bordo: “muito obrigado por ouvir de novo a minha língua!”. Um sentimento confortante de acolhimento tomou conta de mim. Nunca havia parado para pensar no significado do idioma para mim.

Muitas vezes os alunos não compreendem a importância de utilizarmos corretamente nossa língua. Sabemos que a obrigação de falar português, em substituição à língua indígena, falada no Brasil, foi uma imposição do Marquês de Pombal no século XVIII. Os jesuítas portugueses utilizavam a língua indígena para propagar o cristianismo, sem a preocupação de impor-lhes a língua.

Pombal nos fez capaz de falarmos e nos entendermos de norte a sul, de leste a oeste. Um brasileiro embarca num avião em Manaus, desembarca em Porto Alegre e consegue falar e ser ouvido. Retirados os devidos regionalismo, temos não dialetos, mas sim alguns significados diferentes. Mas estamos sob o império da mesma língua.

Os brasileiros possuem o hábito de receber bem. Procuram falar a língua do estrangeiro para que consigam se comunicar. Creio que isso só exista no Brasil. Andei por vários países no estrangeiro e não vi ninguém preocupado em falar português comigo. As pessoas, como vi no aeroporto de Guarulhos, certa vez, reclamam que não falem na sua língua, mas lá não falam a nossa.

Uma pessoa me disse que foi à Argentina e à França e tentou falar em espanhol e em francês. Disseram a ela: fale em inglês mas não maltrate a minha língua. Ou seja, os outros países fazem questão de falar bem o seu idioma. Não querem que ele seja falado de forma incorreta. Fazem questão que o estrangeiro não o macule.

Certa vez minha filha me perguntou por que precisava apender o português. Não entendia a gramática, as flexões, tempos verbais, entre outras coisas. Falei que precisamos nos comunicar. Para isso precisamos conhecer bem nosso meio de comunicação. Isso nos fará melhorar e utilizar, cada vez mais, e melhor, o nosso idioma.


Muitas vezes os nossos estudantes não entendem o significado e a preciosidade de falar português. Talvez, quem sabe, precisam ir ao estrangeiro e verificarem o que é entrar em um supermercado e não entender o que é aquele produto a sua frente ou como proceder para pagar pelos produtos que compra. Feliz foi a ideia da moeda. Mas o idioma é algo que muitas vezes não se compara.


Prof. Luiz Augusto ( prof.luau@gmail.com )