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Ensino Superior no Brasil e no Mundo

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Nações diferentes com desafios semelhantes




Inegavelmente o Ensino Superior tem recebido cada vez mais atenção das pessoas. Com certa facilidade tenho encontrado profissionais de diferentes formações e de diferentes nações debaterem sobre o assunto com admirável desenvoltura e interesse. Não é importante se estou ou não de acordo com as opiniões emitidas, tampouco se esse número de pessoas é significativo. O que importa é que o debate espontâneo e crescente, de fato, existe.

Esses profissionais argumentam de forma sensata e parecem bem inteirados sobre o assunto, mesmo aqueles que não são da área acadêmica. Apresentam uma diversidade significativa de soluções para os desafios que devem ser enfrentados para tornar uma nação verdadeiramente participativa no desenvolvimento científico-tecnológico que hoje permeia as sociedades globalizadas.

O destaque, de forma surpreendente, pelo menos para mim, é que noto, cada vez mais, desafios muito semelhantes, independentemente da nação inserida no contexto da discussão. Por considerável tempo acreditei que nações culturalmente e etnicamente diferentes tenderiam a possuir diferentes desafios. Hoje tendo mais a pensar que a essência de cada problema identificado pode ser a mesma para um conjunto de nações que apresentam algum nível de similitude no campo sócio-econômico, independentemente da nação em que o problema tenha sido originalmente identificado. Ignorar essa condição impede que esforços conjuntos possam ser idealizados e implementados. Ainda pior: impede que soluções já testadas e implementadas com sucesso em outras nações possam ser consideradas.

A semelhança entre os desafios me parece explicável ao levar-se em conta que nações que têm um parecido nível de desenvolvimento sócio-econômico, mesmo sendo de diferentes formações culturais e étnicas,  estão usualmente imersas em um mesmo campo de influências do mundo global, principalmente ao considerarem-se aquelas influências provenientes das sociedades  economicamente mais prósperas do Ocidente. 

Dentre os desafios semelhantes que observo como alvo de discussão, surge de forma bem recorrente aquele da transformação de um jovem cidadão, de pouco interesse no conhecimento pleno, em um brilhante profissional da sociedade moderna. Sobre isso, argumenta-se frequentemente que o recurso humano hoje disponível possui características distintas daquele de um passado remoto que parecia bem mais interessado no conhecimento pleno.  Entender, no entanto, que esse jovem de pouco interesse surge exatamente como produto da própria sociedade moderna que nós mesmos estamos construindo pode nos ajudar a sermos mais cúmplices, mais corresponsáveis, e a entender que a solução é conjunta: entre quem ensina e quem aprende.

Um outro desafio, por exemplo, também bastante frequente que observo nas discussões diz respeito a classificação das instituições de Ensino Superior em níveis de excelência. Sem adentrar nos detalhes dos métodos utilizados para a realização dessa classificação, vejo nessa medida uma força que empurra as instituições de Ensino Superior a buscar o aperfeiçomaneto e a melhoria de seu sistema de ensino como um todo: estrutura física, acervo bibliotecário,  quadro de docentes, quadro administrativo, direção, etc. Claro que há de haver sensibilidade e  sensatez para ter-se a consciência do que é possível e em quanto tempo é possível.

Em síntese, sinto-me feliz por saber que nossos desafios não são exclusivos de nossa nação. Na verdade, são comuns em muitas outras nações. Acredito então que podemos ter verdadeiros parceiros para refletirmos e, assim, mutuamente ajudar-nos. Não estar sozinho e sabê-lo é notadamente uma condição que não podemos ignorar. Como ouvi uma vez: Sozinhos poderíamos ir até mais rápido, mas juntos certamente iremos muito mais longe.

Que Deus nos faça felizes!

   Escrito por: Prof. Carlo Kleber da Silva Rodrigues.