Este é um espaço livre para conversarmos sobre o Ensino Superior no Brasil e no mundo. Gostaria de apresentar-lhe algumas reflexões sobre o assunto e, principalmente, conhecer as suas. Participe por meio de postagens e comentários. Seja bem-vindo.

Ensino Superior no Brasil e no Mundo

sábado, 2 de agosto de 2014

O padrão FIFA e a Educação





A Copa do Mundo deixou muitos legados. Desde o comportamento nos estádios ao desempenho das seleções, tudo será de grande valia para observações, análises e comentários. Fica a Alemanha vencedora levando os maiores créditos. O Brasil, após uma série de erros e a fragorosa derrota, também passará por análises para se compreender o que houve e, principalmente, como não se repetir o fiasco apresentado em campo (e fora dele).

O Padrão FIFA foi decantado como algo de excelência. Contudo, as manipulações ocorridas em campo (e fora dele) contribuíram para um incremento artificial da qualidade do espetáculo. Fica-se perguntando: os fins justificam os meios? Temos uma Copa do Mundo de alta qualidade e jogos das competições nacionais que deixam muito a desejar?

A FIFA introduziu modificações que surtiram efeito: não penalizar com cartões amarelos e vermelhos no primeiro tempo; redução das dimensões do campo; medições as mais variadas possíveis; mudança da bola do jogo para favorecer os chutadores; dentre outras. Ou seja: mudança das variáveis do jogo para torna-lo mais atraente, emocionante e vendável.

Na educação ocorre algo semelhante: a manipulação de variáveis para dar uma sensação de conforto. Um amigo disse uma vez que “estatística é a arte de enganar os números”. Uma escola em Brasília certa vez colocou um anúncio de que tivera “aprovação 100 % no vestibular”. Soube-se depois que apenas um aluno dali se inscrevera e passou! A estatística estava certa, mas a mensagem ludibriava os incautos.

Qualquer que seja a estatística da educação brasileira, ela se construiu para modificar o que os indicadores internacionais (que nossas instituições de ensino não modificam): ela é péssima. Públicos ou privados, os números mostrados não condizem com a realidade que os professores veem nas salas de aula: alunos cada vez mais mal preparados; pouca (ou nenhuma) leitura; sofrível capacidade de expressão oral e escrita.

Na onda do padrão FIFA, fico com o padrão Alemanha: planejamento de longo prazo; resistência às pressões por resultados imediatistas; e, sobretudo: atingimento dos objetivos traçados. Viva a Alemanha!

Escrito por: Professor e Educador Luiz Augusto ( prof.luau@gmail.com )