Este é um espaço livre para conversarmos sobre o Ensino Superior no Brasil e no mundo. Gostaria de apresentar-lhe algumas reflexões sobre o assunto e, principalmente, conhecer as suas. Participe por meio de postagens e comentários. Seja bem-vindo.

Ensino Superior no Brasil e no Mundo

domingo, 1 de junho de 2014

A velha nova metodologia de ensino



Em algum momento da trajetória acadêmica do Brasil houve uma perda de rumo. Não sei se teve como origem o momento político pós-governos militares, não sei se fruto de uma abertura ampla, geral e irrestrita em tudo. Não sou capaz de precisar, só de perceber.

Aristóteles, conhecido filósofo grego, dizia que “a virtude está no meio”. Sei que a sala de aula da palmatória não é um belo exemplo didático. Tampouco a turma do “não estudei mas tenho uma opinião” não é o que se espera. A formação das nossas universidades necessita, urgentemente, atingir o ideal aristotélico.

Ouvi um comentário sobre as salas de aula portuguesas. Não sei se é verdade, mas vá lá (vendo o peixe que me passaram): a dúvida é uma concessão do professor, não um direito quase divino do aluno. Cabe ao professor analisar a questão e, (somente) se achar pertinente, abre espaço para perguntas. Navegar é preciso, mas acho isto um pouco demais.

Por outro lado, no Brasil, aluno tem opinião. Parece uma escolha da seleção de futebol: cada um tem a sua. Além disso, Estatutos e outras leis, fora as necessidades imperiosas das estatísticas e rankings escolares (entenda-se captação de recursos), colocam o aluno sob um espesso manto de proteção ofertado pelo sistema.

O meio acadêmico é, em essência, um caldeirão de ideias. Porém elas não surgem por geração espontânea: são descendentes de outras ideias consolidadas no saber da humanidade. Exceto raras e merecidas exceções, realizadas por alunos muito além do seu tempo, as novas ideias surgem da dialética das ideias conhecidas.

Como se conhecem essas ideias? Pelo estudo. Porém, em muitas instituições de Ensino Superior brasileiras, estudar é quase um sacrilégio. Dizer para o aluno estudar? Nem de longe! Fere suscetibilidades. Inaceitável. Há solução? Claro! No país do “jeitinho” (típico como jabuticaba) criou-se a m-e-t-o-d-o-lo-g-i-a! O aluno não aprende? Professor! É a sua metodologia! Troque-a, urgente!

Quando era moço (pelo termo que utilizei faz muito tempo) aprendi que estudar era o único caminho para o sucesso. Talvez se no Brasil, como no Japão, a ascensão social se desse pelo estudo, talvez não tivéssemos resultados pífios em qualquer ranking de faculdades ou exames de capacidade. O futebol encanta e enche o bolso dos craques, mas alguém necessita de condições técnicas para gerar, e gerir, o espetáculo.

É o que se diz do aparato necessário às arenas da Copa de 2014. O aparato técnico para a geração das imagens de forma globalizada exige gente de conhecimento, pessoas muito capazes em seus ofícios. Acredito que eles até possuíam alguma opinião nos seus cursos, mas também estudaram muito para atingir um nível de qualidade.

Quando moço a única metodologia era estudar. Talvez fosse essa a solução para nossos alunos de hoje.

Escrito por:  Professor e Educador Luiz Augusto ( prof.luau@gmail.com )

Nenhum comentário:

Postar um comentário