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Ensino Superior no Brasil e no Mundo

domingo, 2 de novembro de 2014

O processo do Ensino e o de Aprendizagem



O Ensino é um processo inserido na Constituição Federal de 1988. Está na famosa representação dos cinco dedos como Educação. Para todos, pois se transforma em independência do cidadão perante a sociedade, sua autogestão, sua independência da ignorância que o mantinha nas trevas da ignorância.

A Aprendizagem, no entanto, é uma escolha. Não depende do professor, da escola ou da comunidade. Dá-se nos corações e nas mentes dos estudantes, motivados pela sede do conhecimento e da vontade de aprender. Move tanto uma pequena criança como um idoso africano que levava seu neto para uma escola rural.

Tenho visto uma série de comentários sobre escolas e alunos. Um deles fala que o aluno é do século XXI, o professor do século XX e a escola do século XIX. A tecnologia, no geral, e a internet, em particular, levaram o conhecimento (assim como a tripulação do Capitão Kirk) onde nenhum homem jamais esteve.

Nunca me esqueço de que a melhor palestra que assisti se realizou por apenas um homem com o acompanhamento de um simplório microfone (auditório grande e plateia idem). Estava sentado nessa tarde por obrigação. Mas, aos poucos, o palestrante desfiou ideias de forma tão encantadora, com tanto conhecimento, que ganhou a plateia.

Temos um publico exigente? Sim. A aula deve encantar? Sim. Mas será que um projetor multimídia e tablets nas mãos são a resposta para a atenção dos alunos e sua vontade de saber? O processo, para ser de ensino E de aprendizagem, necessita de parafernália tecnológica?

Paulo Freire estaria totalmente fora deste mundo. Suas ideias não cabem no século XXI. Coitados dos adultos na Educação de Jovens e Adultos: ele, e Elvis, estão mortos. Talvez Elvis ainda viva. Mas Paulo Freire está a sete palmos. Sua iniciativa não caberia no mundo conectado e facebookeado.

Eu e muitos outros professores acreditamos que a tecnologia não é um fim em si mesmo, mas sim um meio para se atingir um fim. A imprensa de Gutemberg trouxe um meio de comunicar em massa. Isto é, o livro de relíquia passou a objeto de consumo. Para os que, movidos pela sede do conhecimento, buscaram em suas páginas (sistema de recuperação ainda insuperável) o saber!

Escolher o aprendizado não é apenas uma escolha que agregue, obrigatoriamente, o uso da tecnologia. É um meio que não devemos ignorar, mas não carrega todas as respostas. O aluno se move pelo que o capta, pelo que o prende, pelo que o chama, pelo que o seduz, pelo que o faz buscar, cada vez mais, saber o que significa aquilo que aquele professor fala.

O objetivo do professor e da escola do século XXI é fazer o que a Igreja Católica (a instituição) fez durante séculos: mudar a linguagem para chegar ao receptor sem, no entanto, nunca mudar a mensagem. Os caminhos para os alunos passam pela compreensão daquele ser que está diante de nós, professores, em sala de aula. Tecnologia é uma resposta fácil.

Proclamo a busca pela resposta difícil: como encantar o aluno? Como falar e eles compreenderem a mensagem? A embalagem pode mudar contanto que o conhecimento se perpetue, se amplie e se divulgue. Bons alunos merecem bons professores. Bons professores necessitam buscar os alunos, levando a sagrada missão de ensinar. Aprender? É com eles.

Professor e Educador Luiz Augusto ( prof.luau@gmail.com )

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