A educação brasileira necessita da
busca de boas práticas para que o nosso sistema educacional funcione. Um dos
exemplos em voga é o sistema educacional finlandês. A Finlândia apresenta um
nível educacional que serve de exemplo para os outros países, inclusive o
Brasil. Assinala-se que “precisamos de uma escola que leve os alunos ao limite de
suas potencialidades, que os prepare para um mundo cada vez mais globalizado e
os ensine a se adaptar ao novo, a se virar diante do inesperado, a criar e
inovar”[1].
Transformar um país passa pela
educação. Pequenas escolas do início da povoação americana, fundada pelos
peregrinos emigrados da Inglaterra, transformaram-se em potencias como Harvard
e Yale. Este é um exemplo para derrubar uma falácia: o ensino na Finlândia
apresenta resultados porque é um país pequeno. O território americano é o
quarto maior do mundo (o Brasil é o quinto). Nem por isso não apresenta padrões
elevados de ensino.
Um exemplo sul-americano é a
comparação entre dois países de territórios pequenos: Bolívia e Uruguai. Não é
o pequeno território de um ou de outro que determinará que seus sistemas
educacionais se tornem exitosos. O autor deste trabalho, em viagens pelos dois
países, encontrou situações diversas. Escolas bolivianas simples, com
iniciativa centrada nos professores. Em contrapartida, escolas do ensino
fundamental uruguaias com cerca de cem dias letivos e crianças indo de guarda
pó impecavelmente brancos para a escola. Educação de alto nível.
a) as mudanças se iniciaram em
1972. A independência finlandesa tinha pouco mais de um século (a brasileira
completava o sesquicentenário). Estávamos em plena era do MILAGRE ECONÔMICO
BRASILEIRO;
b) adoção de um currículo único
para todo o país;
c) mais de 93% (noventa e três por
cento) das escolas de ensino fundamental e médio são públicas – e de alta
qualidade;
d) os professores necessitam de
Mestrado, no mínimo, para lecionar. Há muitos candidatos a professor, mas
poucas vagas;
e) um professor entrevistado
comentou que era mais difícil ser professor do que ser médico na Finlândia.
Estimou uma relação de dois mil e quinhentos candidatos para cem vagas;
f) o entendimento dos alunos que a
educação faz parte da evolução;
g) valorização total da educação
por parte de professores, gestores escolares e alunos;
h) há liberdade de ensino dos
professores, mas respeitando limites. Estes são negociados entre sindicatos de
professores e gestores de escolas; e
i) as salas de aula possuem tanto
os tradicionais quadros a giz quanto computadores e impressoras. Velhos
suportes convivem muito bem com tecnologias da informação.
Ademais, a educação da Finlândia não prioriza a tecnologia pela tecnologia. Ela é importante, é claro, mas não é um remédio para alavancar o nível educacional dos alunos. “Mais do que acumular dados, o aluno aprende precisa aprender a aprender, porque a toda hora surge um conhecimento novo e relevante no planeta”[3].
Ainda, outro importante aspecto é a medição de desempenho. O professor Oliver John, da Universidade da Califórnia, em Berkeley, e consultor da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), comentou que “existe o princípio geral de que só o que dá para medir tem valor. Pois já conhecemos bem o peso dessas habilidades que soam tão abstratas”[4]. Não se educa ao acaso: as metas são fundamentais.
O Brasil tem muito a aprender com a Finlândia. É claro que cópias puras e simples não solucionarão os graves problemas nacionais. No entanto, existem muitas semelhanças entre a estrutura dos colégios militares brasileiros e as escolas finlandesas. Privilegiar o mérito, focar no aluno, preparo dos professores, comprometimento com a excelência, dentre outros aspectos, são itens fundamentais em um portfólio educacional de sucesso.
[1]WEINBERG, Mônica. Voando para o futuro. In: Revista Veja.
Editora Abril Cultural, edição 2431, ano 48, n° 25. São Paulo, 24 de julho de
2015, página 86.
[2]
MINISTÉRIO
DA EDUCAÇÃO (MEC). TV ESCOLA. Destino:
Educação – Finlândia. 2011. Disponível em
http://tvescola.mec.gov.br/tve/video?vlItem=destino-educacao-finlandia&.
Acesso em 2015.
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