As instituições de ensino superior possuem a finalidade de formar
profissionais de diversas áreas. A formação passa por uma série
de fases, avaliações, tarefas, etc. É planejada visando à incorporação de uma série de competências necessárias para o
desempenho profissional. Podemos resumir o planejamento em duas
vertentes: conceitos e atitudes.
Os conceitos são as bases da profissão ministrada no curso. São os
pilares sobre os quais o curso se fundamenta. São as ferramentas com
as quais os egressos realizarão suas atividades profissionais. São
os instrumentos utilizados para exercer a profissão.
As atitudes são as posturas que o formando assumirá no exercício
da profissão. São reações desejáveis que os alunos apresentassem
quando aplicassem os conceitos aprendidos no curso. São maneiras de
encarar os desafios encontrados no dia a dia, de forma a aplicar os
conceitos sem perder princípios mais universais, como, por exemplo,
a ética.
A exposição dos conceitos na escola é conhecido. A novidade se dá
por causa dos recursos tecnológicos gerados pela Era do
Conhecimento. O acesso à informação ficou muito maior: bases de
dados digitais, sites específicos, particularmente de ligação
governamentais, são apoios importantes. A interatividade, não só
entre os estudantes, mas também com os educadores, diminui
distâncias e quebra barreiras.
O segundo aspecto é mais difícil de obter. Como fazer com que os
profissionais que se capacitam nas instituições de nível superior
reproduzam procedimentos e ações desejáveis? É um desafio de cada
ator envolvido no processo educacional, mercê da falta de ambientes
propícios para a simulação desse desempenho.
As formações de profissionais da área da saúde é uma exceção.
Geralmente de regime integral, permite que os alunos, desde cedo,
participem de rotinas em locais onde desempenharão, futuramente, o
seu trabalho. A atuação em laboratórios, hospitais, clínicas,
serviços de saúde (como o SAMU) ambulatórios, dentre outros, são
fundamentais para o desenvolvimento de suas competências.
Como ficam, então, outros cursos? É certo que laboratórios de
informática ajudam na formação de profissionais de Tecnologia da
Informação, por exemplo. Mas o trabalho em equipe? Ética?
Iniciativa? Responsabilidade? Capacidade de planejamento?
Organização? Método de trabalho? Estas são algumas das
características que se espera de um gestor de excelência, um
profissional (muito) bem formado. Não se espera menos que isso.
Os educadores possuem um grande desafio. Seu planejamento de ensino
necessita a contemplação também desses aspectos. Um profissional
da Era do Conhecimento não deve se formar apenas carregando uma
bagagem de conhecimentos sem saber como aplica-los. Com certeza as
provas tradicionais, alunos reunidos em sala respondendo questões no
papel, são necessárias. Mas não só isso.
Acredito que os educadores, na ausência de outros ambientes de
prática dos conceitos, precisam tomar por direção, no seu processo
de ensino, dois caminhos: atividades definidas detalhadamente e uso
intenso de tecnologia da informação. O primeiro caminho levará, em
tese, o aluno a se desincumbir de tarefas ao mesmo tempo em que
apresenta atitudes. O segundo coloca o aluno próximo às ferramentas
obrigatórias do Terceiro Milênio.
As atividades e avaliações devem exigir do aluno que faça o
trabalho de determinada forma, particularmente as exigidas por sua
profissão, dentro de um determinado prazo, prevendo bonificações e
penalizações. Deve-se estimular o trabalho em pequenas equipes,
dinâmicas de grupo, leituras, discussões em sala, apresentações,
dentre outras formas de avaliação de desempenho.
O uso da tecnologia da informação permitirá que o aluno se conecte
a um mundo cada vez mais entrelaçado, miniaturizado devido ao
alcance proporcionado pela “rede das redes”: a internet. Os
educadores devem estimular a pesquisa em bases de dados confiáveis,
realização de cursos à distância, utilização de recursos
tecnológicos para confecção e apresentação de trabalhos, espaços
virtuais compartilhados, fóruns de discussão, chats, dentre outras
ferramentas ainda por se inventar.
O educador do Terceiro milênio é multidisciplinar e tecnológico. O
acesso ao conhecimento gerou a necessidade de atualização constante
dos professores. O aluno é alguém mais crítico, mais informado,
mais dinâmico, mais inquieto. Os estímulos variados aos quais os
alunos estão sujeitos na Era do Conhecimento trouxe a necessidade de
mentores, não só expositores de conteúdos.
A aldeia global forjou pessoas que necessitam de convencimento. Não
aceitam fórmulas prontas e conceitos definitivos. Não aceitam
verdades sem provas. Não esperam ideias ultrapassadas ou sem
comprovação. Não toleram demora em saber. São pessoas movidas a
sonhos, perspectivas, motivadas constantemente.
É um grande desafio. Mas a vida só vai para frente se for movida a
desafios. Não se atingem grandes metas sem se cobrarem grandes
esforços. É o desafio dos novos tempos de um mundo cada vez mais
ligado e de pessoas cada vez mais informadas.
Escrito por: Prof. Luiz Augusto.
email:prof.luau@gmail.com