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Ensino Superior no Brasil e no Mundo

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Conceitos e Atitudes: Os Princípios da Formação Superior



As instituições de ensino superior possuem a finalidade de formar profissionais de diversas áreas. A formação passa por uma série de fases, avaliações, tarefas, etc. É planejada visando à incorporação de uma série de competências necessárias para o desempenho profissional. Podemos resumir o planejamento em duas vertentes: conceitos e atitudes.

Os conceitos são as bases da profissão ministrada no curso. São os pilares sobre os quais o curso se fundamenta. São as ferramentas com as quais os egressos realizarão suas atividades profissionais. São os instrumentos utilizados para exercer a profissão.

As atitudes são as posturas que o formando assumirá no exercício da profissão. São reações desejáveis que os alunos apresentassem quando aplicassem os conceitos aprendidos no curso. São maneiras de encarar os desafios encontrados no dia a dia, de forma a aplicar os conceitos sem perder princípios mais universais, como, por exemplo, a ética.

A exposição dos conceitos na escola é conhecido. A novidade se dá por causa dos recursos tecnológicos gerados pela Era do Conhecimento. O acesso à informação ficou muito maior: bases de dados digitais, sites específicos, particularmente de ligação governamentais, são apoios importantes. A interatividade, não só entre os estudantes, mas também com os educadores, diminui distâncias e quebra barreiras.

O segundo aspecto é mais difícil de obter. Como fazer com que os profissionais que se capacitam nas instituições de nível superior reproduzam procedimentos e ações desejáveis? É um desafio de cada ator envolvido no processo educacional, mercê da falta de ambientes propícios para a simulação desse desempenho.

As formações de profissionais da área da saúde é uma exceção. Geralmente de regime integral, permite que os alunos, desde cedo, participem de rotinas em locais onde desempenharão, futuramente, o seu trabalho. A atuação em laboratórios, hospitais, clínicas, serviços de saúde (como o SAMU) ambulatórios, dentre outros, são fundamentais para o desenvolvimento de suas competências.

Como ficam, então, outros cursos? É certo que laboratórios de informática ajudam na formação de profissionais de Tecnologia da Informação, por exemplo. Mas o trabalho em equipe? Ética? Iniciativa? Responsabilidade? Capacidade de planejamento? Organização? Método de trabalho? Estas são algumas das características que se espera de um gestor de excelência, um profissional (muito) bem formado. Não se espera menos que isso.

Os educadores possuem um grande desafio. Seu planejamento de ensino necessita a contemplação também desses aspectos. Um profissional da Era do Conhecimento não deve se formar apenas carregando uma bagagem de conhecimentos sem saber como aplica-los. Com certeza as provas tradicionais, alunos reunidos em sala respondendo questões no papel, são necessárias. Mas não só isso.

Acredito que os educadores, na ausência de outros ambientes de prática dos conceitos, precisam tomar por direção, no seu processo de ensino, dois caminhos: atividades definidas detalhadamente e uso intenso de tecnologia da informação. O primeiro caminho levará, em tese, o aluno a se desincumbir de tarefas ao mesmo tempo em que apresenta atitudes. O segundo coloca o aluno próximo às ferramentas obrigatórias do Terceiro Milênio.

As atividades e avaliações devem exigir do aluno que faça o trabalho de determinada forma, particularmente as exigidas por sua profissão, dentro de um determinado prazo, prevendo bonificações e penalizações. Deve-se estimular o trabalho em pequenas equipes, dinâmicas de grupo, leituras, discussões em sala, apresentações, dentre outras formas de avaliação de desempenho.

O uso da tecnologia da informação permitirá que o aluno se conecte a um mundo cada vez mais entrelaçado, miniaturizado devido ao alcance proporcionado pela “rede das redes”: a internet. Os educadores devem estimular a pesquisa em bases de dados confiáveis, realização de cursos à distância, utilização de recursos tecnológicos para confecção e apresentação de trabalhos, espaços virtuais compartilhados, fóruns de discussão, chats, dentre outras ferramentas ainda por se inventar.

O educador do Terceiro milênio é multidisciplinar e tecnológico. O acesso ao conhecimento gerou a necessidade de atualização constante dos professores. O aluno é alguém mais crítico, mais informado, mais dinâmico, mais inquieto. Os estímulos variados aos quais os alunos estão sujeitos na Era do Conhecimento trouxe a necessidade de mentores, não só expositores de conteúdos.

A aldeia global forjou pessoas que necessitam de convencimento. Não aceitam fórmulas prontas e conceitos definitivos. Não aceitam verdades sem provas. Não esperam ideias ultrapassadas ou sem comprovação. Não toleram demora em saber. São pessoas movidas a sonhos, perspectivas, motivadas constantemente.

É um grande desafio. Mas a vida só vai para frente se for movida a desafios. Não se atingem grandes metas sem se cobrarem grandes esforços. É o desafio dos novos tempos de um mundo cada vez mais ligado e de pessoas cada vez mais informadas.

Escrito por: Prof. Luiz Augusto.

sábado, 2 de novembro de 2013

Ascensão econômica leva brasileiros a consumir e estudar mais?

     
  


É inegável que o padrão de consumo das famílias brasileiras nos últimos três governos cresceu e isso, em muito, se deve às mudanças na estrutura socioeconômica do país. As alterações mais significativas têm raízes em quatro grandes fatores: conquista da estabilidade de preços (eliminação da superinflação), políticas de distribuição de renda (estimulada através de pacotes sociais), crescimento econômico constante, e aumento de salários, o que culminou com um efetivo aumento do poder de compra das classes menos abastadas (FECOMERCIO, 2011).

       Quando se fala em mudança no padrão de consumo, logo se pensa no crescimento da classe C, pois possui aproximadamente 96 milhões de pessoas, contudo as classes A e B também tiveram grande crescimento, saindo de um patamar de 12 milhões para 20 milhões em 10 anos (PADUAN, 2011). Neste contexto de crescimento não se pode esquecer-se dos 08 milhões a mais de domicílios, construídos em todo território nacional e ainda dos mais de 30 milhões de brasileiros que ultrapassaram a linha da pobreza no mesmo período (UCHÔA e KERSTENETZKY, 2012). 

          Segundo dados do IBGE, em 2011 o consumo das famílias brasileiras cresceu 4,1%. Isso ocorreu por alguns fatores. Além dos quatro já citados, Mendonça (2012) adiciona mais dois: o crescimento de 18,3% na concessão de crédito para pessoa física e a redução dos juros destinados a créditos para as famílias. Uma amostra deste panorama foram os planos de ações adotados nos últimos anos que, como já dito, fizeram com que 30 milhões de pessoas saíssem da pobreza e 36 milhões entrassem na classe média (GRAÚDO, 2011).

      Também, resultado direto do aumento da renda dos brasileiros estão as questões referentes à mobilidade e moradia, que mudou a cara das classes econômicas no Brasil. A classe C, por exemplo, não está mais só morando na periferia das cidades. Ela está se deslocando para os grandes centros vivendo em condomínios até então inacessíveis (CARVALHO, 2012). O número de Carteira de Trabalhos assinadas subiram em média 50% na última década, assim os moradores de favelas e os menos favorecidos passaram o não ser mais discriminados, pois seus 12 milhões de moradores passaram a gastar quase 39 bilhões de reais por ano em bens e serviços (FURLAN, 2012).

      Em virtude disso, os brasileiros têm preferido consumir produtos que tenham outros valores agregados. Busca-se a marca para garantir a qualidade. Busca-se o novo para garantir o bem-estar, evitando os consertos. Abandona-se o hábito dos crediários para se comprar à vista, exigindo descontos, aprenderam a ser mais exigentes na contratação de serviços de qualquer tipo, afinal agora há como pagar.

      Um dado do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio (Inep) que nos deixa bastante contentes é que já se pode perceber toda essa mudança no padrão de consumo dos brasileiros nos três níveis de ensino do MEC: Fundamental, Secundário e Superior. Em relação ao nível superior, na última década, de 2001 a 2010, o crescimento do acesso às Faculdades/Universidades no Brasil foi de 110,1%, e  o número de pessoas matriculadas no ensino público aumentou 34,7%, sendo que no ensino particular aumentou 90,6%.

Mais recentemente, os dados do Censo da Educação Superior 2010, também realizado pelo Inep, mostraram que, de 2009 a 2010, o número de brasileiros que buscaram fazer um curso de graduação aumentou 7,1%, sendo que o Brasil tinha, em 2010, 6.379.299 matrículas em 29.507 cursos de graduação presenciais e a distância, oferecidos por 2.377 Instituições de Ensino Superior. É claro que estes números ainda estão aquém do que o Brasil precisa, porém a tendência é continuar crescendo.

Atualmente, são 59 universidades federais e a previsão do Governo Federal é que, até 2014, o Brasil tenha 63 universidades federais, com 321 campus distribuídos em 272 municípios. Quanto às escolas de nível superior particulares, não se pode afirmar de forma contundente, mas a tendência é que cresça em maior número e assim continue ajudando o Brasil a impulsionar os sítios científicos e tecnologicos (ALUIZIO MERCADANTE, 2013).

       Dentro desse processo de expansão universitária, não se pode esquecer-se das políticas de indução como o Programa Universidade Para Todos (Prouni), Programa de Financiamento Estudantil (Fies) e o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), que vêm concedendo milhões de bolsas integrais e parciais a jovens que não poderiam pagar por seus estudos.

         Torna-se fácil entender os motivos dessa alteracão se analisarmos este comportamento sob a ótica de Maslow em sua teoria da hieraquia das necessidades. A teoria de Maslow é conhecida como uma das mais importantes teorias de motivação. Para ele, as necessidades dos seres humanos obedecem a uma hierarquia, ou seja, uma escala de valores a serem transpostos. Isso significa que no momento em que o indivíduo realiza uma necessidade, surge outra em seu lugar, exigindo sempre que as pessoas busquem meios para satisfazê-la. Poucas pessoas, ou até mesmo nenhuma, buscam sua autorealizacão se suas necessidades básicas (fisiológicas e de segurança) não estiverem satisfeitas.

Bom, apesar de meu posicionamento não ter caráter político, de fato tenho que reconhecer que o crescimento econômico dos últimos governos e as políticas socias voltadas para o ensino superior deu oportunidades de ingresso às universidades a muitas pessoas que viram na formacão superior uma oportunidade de continuar desenvolvendo-se profissionalmente e, consequentemente, continuar melhorando seu estatus econômico. Esperamos que o Governo que aí está e os próximos continuem perseguindo o crescimento do País. Por consequência, a educacão de qualidade deixará de ser algo inatingível e passará a ser objeto de consumo cada vez mais presente nas famílias brasileiras, pois apesar de toda corrente contrária, o brasileiro segue esperançoso na busca de dias melhores.



Escrito por: Prof. Eduardo Vieira de Carvalho

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Ciência, Tecnologia e...Diploma?


Segundo Michel Blay, a ciência é o conhecimento claro e evidente de algo, fundado quer sobre princípios evidentes e demonstrações, quer sobre raciocínios experimentais, ou ainda sobre a análise das sociedades e dos fatos humanosEssa definição permite distinguir os três tipos de ciência: as ciências formais, compreendendo a Matemática e as ciências afins, como a estatística; as ciências físico-químicas e experimentais (ciências da natureza e da terra como a física, química, biologia, medicina); e as ciências sociais, que ocupam-se, por exemplo, do homem, de sua história, do seu comportamento, da língua, do social, do psicológico e da política.
         
             A tecnologia, por sua vez, pode ser vista como o encontro da ciência com a engenharia. Inclui desde as ferramentas e os processos mais simples, tais como uma colher de madeira e a fermentação da uva, até as ferramentas e os processos mais complexos já criados pelo ser humano, tal como a dessalinização da água do mar. Frequentemente, a tecnologia entra em conflito com algumas preocupações naturais de nossa sociedade, como o desemprego, a poluição e outras questões ecológicas, assim como filosóficas e sociológicas, já que tecnologia é uma atividade que pode formar ou modificar a própria cultura de uma sociedade.
         Ciência e Tecnologia têm sido recorrentemente consideradas pilares indispensáveis para o desenvolvimento pleno de qualquer nação globalizada, incluindo-se aí naturalmente o Brasil. Tomando-se esse ponto como pacífico, a questão que segue é então como obter-se Ciência e Tecnologia.
              Observando o cenário reinante no Brasil, receio que a resposta mais aceita, infelizmente, tem sido criar o maior número possível de Instituições de Ensino Superior (IES). Acredita-se que, assim, um maior número de cidadãos terão acesso ao ensino de nível superior e, consequentemente, a nação passará a ter mais Ciência e Tecnologia. Em outras palavras, a nova ordem é dotar o cidadão brasileiro com  um Diploma de Ensino Superior. No entanto, a verdade, considerando a conjuntura do país, não ajuda em absoluto a corroborar essa filosofia.
        Por exemplo, as estatísticas mais recentes do  Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) mostraram que três em cada dez cursos de nível superior avaliados tiveram notas abaixo da média. Além disso, as IES estão cada vez mais sobrecarregadas pela quantidade de solicitações feitas pelo governo federal. Os ministérios têm elaborado programas que dependem da ajuda delas para serem executados, baseados nas três frentes de trabalho que formam os pilares das universidades brasileiras: ensino, pesquisa e extensão. É verdade que nunca tantos brasileiros chegaram às salas de aula das universidades, fizeram pós-graduação ou MBAs. Mas, ao mesmo tempo, não só as empresas reclamam da oferta e qualidade da mão-de-obra no país, como os índices de produtividade do trabalhador custam a aumentar. 
            Ainda, some-se ao cenário descrito o fato de que existe uma grande diferença filosófica do que é um curso de ensino superior nas IES brasileiras e em outras IES reconhecidamente aceitas como as melhores do mundo. Isso tornou-se nítido quando estudantes brasileiros de graduação foram para universidades de ponta pelo programa Ciência sem Fronteiras. A maioria desses alunos conta, por exemplo, que estranhou a quantidade reduzida de disciplinas das instituições dos países estrangeiros. Um estudante universitário de uma escola como a Universidade de Harvard, nos EUA, considerada a melhor do mundo, tem em média 15 horas/aula por semana. Para se ter ideia do que isso significa, quem faz engenharia na Poli-USP tem quase três vezes mais aulas. A filosofia de universidades como Harvard é que cada hora de aula demanda, em média, uma hora extra de estudos e de leituras do aluno. Ou seja, as 15 horas viram 30 horas.
        Em uma análise realista, apesar dos reconhecidos esforços que estão sendo feitos pelo governo federal, parece urgente aceitar que, para alcançar-se Ciência e Tecnologia de verdade, o país precisaria, pelo menos, também: (i) reformular os programas das IES já existentes, no sentido de, principalmente, atualizar currículos para atender aos reais propósitos de um ensino superior de qualidade; (ii) investir e valorizar a formação de nível técnico, pois é ilusório crer que todos os cidadãos irão (ou até mesmo queiram) cursar o Ensino Superior; (iii) utilizar sistemas de avaliação mais focados em resultados e menos em políticas socias; e, por fim, (iv) entender e fazer a população entender que um diploma de ensino superior isoladamente não traz Ciência e Tecnologia para o país, estas somente são genuinamente conseguidas quando se dispõe de profissionais bem formados e motivados em todos os níveis de profundidade de conhecimento 

Que Deus nos faça felizes!
Escrito por: Prof. Carlo Kleber da Silva Rodrigues.

domingo, 1 de setembro de 2013

Trabalho final de conclusão de curso?




O trabalho de conclusão de curso (TCC), eventualmente também chamado  de trabalho de graduação interdisciplinartrabalho final de graduaçãoprojeto de formatura ou projeto experimental, com suas respectivas siglas, é um tipo de trabalho acadêmico amplamente utilizado no ensino superior no Brasil. Em geral, constitui-se o mecanismo principal de efetuar-se uma última avaliação dos graduandos. Professores orientadores usualmente recomendam aos alunos que o tema escolhido para o TCC pertença a um assunto com o qual o aluno já possua afinidade, pois o aluno provavelmente vai  passar seis meses ou mais escrevendo sobre esse tema.

Também entende-se que o TCC pode dar ao aluno a última oportunidade de por em prática os conhecimentos teóricos multidisciplinares, advindos de sua formação nos bancos escolares, para a solução de um problema (teórico, prático, científico, tecnológico, filosófico, etc.) a ser identificado e solucionado nesse trabalho. A solução, a depender da área de conhecimento, pode variar desde a apresentação de estudos de caso até a construção de um protótipo de um equipamento eletrônico, por exemplo. O aluno deve então, durante a execução do TCC, sentir-se em pleno desempenho de seu papel perante a sociedade. É, assim, um evento ímpar e, sobretudo, de fundamental importância na tentativa de assegurar que o egresso tenha obtido, además de um embasamento teórico devido, também uma capacitação profissional durante o período em que esteve vinculado à sua Instituição de Ensino Superior (IES).

De forma conservadora, a orientaçao geral é que o TCC deve ser realizado somente após o aluno já ter concluído  a maioria (p.ex., 75% do total)  ou todas as disciplinas obrigatórias de seu curso. Essa regra pode variar, em termos de quantitativo, em função da IES em que o aluno esteja matriculado. Essa condição de cumprimento mínimo de disciplinas, em tese, visa principalmente a assegurar que o aluno já tenha o embasamento teórico mínimo para um eficiente desempenho de atividades profisionais práticas. Vale também dizer que existem IES que permitem ao aluno eleger entre: realizar um estágio obrigatório, com viés mais dedicado a atividades profissionalizantes, em substituição ao TCC; realizar o estágio obrigatório e também o TCC; ou realizar apenas o TCC. 

Para a execução propriamente dita do TCC, podem ser considerados os passos mencionados a seguir. Primeiro, definir o tema. Nessa etapa, é mister conversar com professores e até colegas de curso. Como mencionado no primeiro parágrafo, é importante dar preferência a um assunto com o qual já se tenha algum apreço. Segundo, escolhido o tema, deve-se encontrar ou pensar na formulação de um problema referente ao assunto que será abordado. Terceiro, escolher o orientador. É importante levar em conta a especialização do professor naquela área em que se encaixa o tema do trabalho. Quarto, realizar as pesquisas. Esse é o momento de revisar a literatura e adquirir material bibliográfico suficiente para embasar e justificar as eventuais soluções atingidas para o problema originalmente apresentado. Por último, escrever e apresentar o TCC. Nessa última etapa, se faz necessária especial atenção às regras formais da IES em que o aluno está matriculado.


Apesar de sua importância, vez por outra, o TCC tem sua existência posta em cheque, ainda que de maneira incipiente, informal e usualmente por pessoas de pouca consciência sobre a abrangência da questão. Aqueles que assim procedem usualmente embasam suas ideias no argumento de que as disciplinas do curso já deveriam garantir o que o TCC se propõe a ofertar: uma oportunidade de por em prática conhecimentos multidisciplinares para a resolução de um problema. Nessa perspectiva, por exemplo, poderia existir um trabalho final em cada fim de semestre, que considerasse conhecimentos obtidos em todas as disciplinas cursadas naquele semestre. Argumentam ainda que a realização do TCC por vezes dificulta e retarda a contratação do graduando, impedindo assim que uma mão de obra qualificada chegue mais tempestivamente ao mercado. Será? Não, realmente não penso assim.

O TCC é um elemento de avaliação do Ensino Superior e como tal tem, na essência de sua definição e implementação, um nível de dificuldade muito maior, por exemplo, que um possível trabalho a ser realizado em uma única disciplina de um dado curso, mesmo quando esteja encampando conhecimentos relacionados a todas as disciplinas de um mesmo semestre de um dado curso, conforme alguns sugerem. Talvez a natureza desse equívoco seja confundir Ensino Superior com Ensino Médio, ou com Ensino Profissionalizante ou, ainda, com Ensino Técnico. Aquele que se dispõe  a realizar um curso de Ensino Superior deve estar pronto para lidar com problemas de complexidade maior e diferenciada. Todos os envolvidos devem ter a consciência de que mais tempo, mais dedicação, mais sacrifícos e maior comprometimento serão exigidos. 


Relacionado a esse mesmo contexto mas de forma mais ampla, até preocupo-me e surpreendo-me quando leio colunas e reportagens revestidas com a sublime intenção de acelerar a obtenção de uma mão de obra mais qualificada e especializada. Para mim as ideias externadas não passam de ilusão. Talvez seus idealizadores sejam ingênuos, para não pensar o pior. Orgulhosamente são explicadas soluções milagrosas (e rápidas) aos problemas relacionados à escassez de conhecimento especializado no Brasil. As discussões permeiam desde o Ensino Fundamental até o Ensino Superior. A verdade, no entanto, é que a formação de mão de obra qualificada e especializada é intrinsicamente um processo que exige, sobretudo, o investimento de tempo. Os resultados somente aparecem a longo prazo. Não há atalhos, tampouco solucões milagrosas. Essa é a realidade. 




Escrito por: Prof. Carlo Kleber da Silva Rodrigues

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Palabras de una graduada



“Pensar es fácil, obrar es difícil. Pero lo más difícil de todo es obrar en conformidad con aquello que se piensa”. Paúl Valery

El deseo de triunfar es la más recia de las ambiciones humanas, aunque resulte contradictorio, es la menos complicada, ya que preferimos triunfar a fracasar, y sólo lo logramos con lo más trascendental e insustituible, el conocimiento, valores y principios; además del ímpetu irresistible de nuestra voluntad, que nos ayuda a buscar el catalizador del coeficiente de la inteligencia, el entusiasmo, para que se transforme en la vivacidad de nuestro andar, la fuerzas de nuestras manos, y la energía de nuestra esencia.

El devenir de la vida, nos ha enseñado que la ambición, entusiasmo, éxito y felicidad, son causa y efecto inseparables que se engrandecen mutuamente para que los problemas en el destino de los hombres, no sean superiores a sus fuerzas, así la voluntad ha llegado a resolver lo que parecía irresoluble.

“El mundo dará paso al hombre que sabe a dónde se dirige” Emerson.

La sabiduría se desplaza entre dos enigmas indescifrables, a saber: el misterio del origen y la estremecedora incógnita del fin; límites insondables, en donde la mente y el espíritu se aferran a la vida en busca de su estabilidad y la armonía interior. Los cuestionamientos serán los mismos, sólo las respuestas permutarán en el tiempo; por lo que debemos estar dispuestos a profundizar en todo, en el momento oportuno, con el fin deliberado y concreto de aprovechar el milagro de haber nacido, considerando las limitaciones de nuestras facultades, para acercarnos o reemprender hacia la excelencia.
Hemos asimilado que únicamente merece la libertad en la vida, quien frecuentemente sabe conquistarla. Oportuna es nuestra decisión, tenaz su ejecución.

Somos los autores de nuestro destino, con el esfuerzo y los obstáculos por superar, hallamos la fuente principal de la verdadera prosperidad. Con los caminos duros y escarpados, seamos quienes seamos, todos debemos edificar alzar la villa de Dios y al mismo tiempo, la ciudad de los hombres.

“La grandeza ni se enseña, ni se adquiere, es la expresión del espíritu de un hombre privilegiado por Dios”. Ruskin

Verdad eterna, virtud del cielo, belleza de la tierra; esa es la mirada de Dios en un acto de amor y de fe para los mortales, por eso requiere la ofrenda de ser agradecidos y la acción positiva de reconocer su grandeza en el sentido más real de la vida.

Gracias Dios por tus prodigios para la humanidad, y del mío, el de conservar a mis padres y a mi familia; ellos son la razón y el porqué estoy aquí frente a ustedes.

La fe colectiva surge en la capacidad de la ciencia para captar la realidad material creada por el hombre y no dada de forma instintiva por la naturaleza. Obras reveladoras, representativas,  inverosímiles que plasman el talento y carácter de sus inventores, investigadores y descubridores, quienes con tendencias utópicas e inusitadas, conceptúan al mundo en un haz y envés de una época, valorando la vida con su principal atributo, su conciencia.

La ingeniería es una ciencia vigente, habilidad y desafío que se remontan a los orígenes de los pueblos: herramientas usadas en la cultura Egipcia, Griega y Romana; aparejos y mecanismos utilizados en las pirámides de Giza o en Grecia, el Caballo de Troya; reseñan el paso de ésta por la historia; sus campos del saber, su perspicacia, sus técnicas, en donde cambiaron las normas por las tesis de ejecución, la perspectiva por las calles, la vida por sí misma, y aún busca en forma apremiante, la originalidad  acertada en revelaciones que han provocado infinitas indagaciones de acontecimientos tecnológicos que asombran a la sociedad.

Citar todo lo que el mundo ha visto, pero pensar lo que nadie ha pensado es la tarea apremiante e impostergable para el ingeniero. Irrisorios son los hombres que construyen las ciudades, la mayoría los habita; los que cimentan un puente, la mayoría los cruza; los que levantan rascacielos, muchos sólo observan y admiran su magnitud; pocos son los hombres que aplican sus conocimientos científicos a la invención de las técnicas industriales, para innovar: desde caminos y canales, a crear una hidroeléctrica; desde generar electricidad, hasta la electrónica o nano electrónica; desde la química, a la atómica y molecular; desde la biología a la genética, desde la informática, a la cibernética o desde la economía hasta la hospitalaria y tecnológica. De esta forma la ingeniería ha influenciado en la modernidad de los pueblos y culturas, sus deducciones firmes y  soluciones singulares sin precedentes, han llegado a las zonas insondables del ser humano, y han sistematizado un mundo concreto que disecciona e interpreta, con criterio suspicaz, las ideas audaces, con la conjetura: del medio sobre el hombre, en función de su temperamento, ubicación y cronología e incluso, en las formas de gobierno. Con lo expuesto está implícito, y no hay ocasión a la divagación, para comprobar su absoluta utilidad.

Al mismo tiempo que diserto, recuerdo la postura y sapiencia de mis maestros, sus opiniones, su voz endurecida ante la lealtad que exigían en el proceder, en el cumplimiento del deber de estudiantes, nos encaminaron de formas distintas y en diferentes personalidades,  sensibilidad en adoptar una misma actitud ante la vida, nos instruyeron en el poder y la invención de la ingeniería, en la autenticidad que debe tener un profesional. Por eso estoy segura de acertar, si afirmo, que su trabajo se salvará de ese implacable enemigo llamado “olvido”.

Antes que demos datos y fechas de la admisión y graduación de esta promoción, prefiero detenerme en evocar al amigo, al compañero de la misma áspera lucha, a los amigos de patio, a los del cotidiano paisaje, quien con su armonía, amalgama tantos matices que se cristalizaron para siempre en nuestra atónita mirada: mirada del ayer, la de adolescente, joven  y rebelde, y hoy quizás, la mirada cuarteada e incrustada  por el tiempo, del técnico que todavía deja la puerta entreabierta a la creatividad para persistir en descubrir la clave del éxito.

Permítanme detenerme en lo inolvidable que fue crecer y fundirse en un horizonte de muros, donde los hombres abrigan calidez, esperanza y generosidad; y agradecerles por su colaboración a la realización personal, y de la carrera de todos los ingenieros aquí presentes.

Como representante de la Escuela Politécnica del Ejército, Coronel Ing. Mauricio Chávez, haga extensivo a todas las autoridades, docentes y personal administrativo, nuestro sincero y consciente agradecimiento. Su generosidad los hizo ricos en algo que muy pocos conocen: cortesía, amabilidad y respeto.

Los anhelos indican nuestra aptitud, miden la alteza de los propósitos, son el boceto de futuras acciones, la esencia de lo que esperamos, y su honesto cumplimiento será nuestra misión, sin descartar nuevas ideas, probabilidades, lucharemos con insistencia, no con necedad, sino con constancia y persistencia.

El ser ingeniero es, una actitud frente al mundo, y lo ha evidenciado; mujeres e ingenieras, cualidades sensatas que se recubren de inteligencia, puestas entre la sociedad y el talento, que reparan y entretejen la experiencia. Hemos omitido las normas y prejuicios de un destino, roto las ataduras para no vivir más de espaldas a la vida; hemos descubierto que los que son como nosotras, que se dejan mecer en el vaivén de lo nuevo o válido, sabrán responder con nobleza, a su íntima e indestructible verdad; actuaremos y sentiremos, en correlación a la realidad auténtica de ser ingenieros graduados en la República del Ecuador.

El patriotismo se ufana y se reafirma con la identidad. Con tus acciones cosechas una habilidad y con el carácter, un destino, por ende, dirijamos al país al progreso, a la unidad, a la igualdad de oportunidades para que no sean opciones excluyentes, sino proyectos equitativos con valor nacional.

“La mano izquierda del progreso se denomina fuerza, la mano derecha se denomina espíritu” Anónimo.

Siempre habrá quien pronuncie nuestro nombre, recuerde nuestras actitudes o alabe la entrega incondicional al servicio de la humanidad; habrá hombres que se sientan dignificados por sus obras, que de manera asombrosa e irrepetible, lo lograron. Hombres que por su honestidad, gallardía, altura y el fulgor de sus propósitos, evidenciaron la franqueza en sus actos y la predisposición para admitir las más increíbles hazañas, modificando sus vidas al cambiar sus actitudes, para generar confianza y optimismo.

Seamos los heraldos y promotores de realidades, orientados con fortaleza, equidad, integridad y valentía para profundizar en las derrotas del ayer, y generar el cambio progresivo del mañana.

Ingenieros, existimos en un mundo variable, innovado por las acciones humanas para su creación o destrucción, para la generosidad idealista o  la ambición dinámica natural del universo. No posterguemos las oportunidades, escuchemos los dictados del corazón, dejando a un lado lo que no nos inspire. Entra en ese mundo que nunca podrás llegar a desvelar del todo y verás que algo más esplendoroso se reflejará en el iris de tus ojos.

“Yo no os aconsejo la paz, ¡sino la victoria!, ¡que vuestro trabajo sea la lucha!; ¡que vuestra paz sea una victoria! F. Nietzsche.

PROMOCIÓN ESPE-2013


Ing. Katyuska M.  Sangurima Reinoso

Graduada de la Facultad de Ingeniería Civil 

terça-feira, 2 de julho de 2013

Ensino Superior: Industrial ou Humano?



De forma simples, um processo industrial constitui-se de procedimentos envolvendo etapas bem definidas que fazem parte da manufatura de um ou vários itens, usualmente em grande escala. Existe a necessidade da identificação clara do que é a matéria-prima (a entrada) e naturalmente do produto final (a saída) que se deseja obter. Também se faz necessária uma supervisão permanente, com o intuito de avaliar e corrigir eventuais erros ou deficiências que venham a existir nas etapas envolvidas no processo em si.


O Ensino Superior não poderia então ser percebido como se fosse um processo industrial? Acompanhe o raciocínio. Seria feita uma análise cuidadosa dos planos de desenvolvimento (econômico, social, tecnológico, etc.) da nação. Essa análise serviria para quantificar o número de profissionais (engenheiros, médicos, advogados, dentistas, psicólogos e outros) que deveria existir em cada uma das áreas de conhecimento, identificadas pela sociedade. Considerando-se esses números, as Instiruições de Ensino Superior (IES) ofereceriam então a quantidade exata de vagas para cada uma das áreas de conhecimento de interesse. 


A matéria-prima seria os próprios alunos. O produto final seria os formandos (profissionais). As etapas do processo estariam representadas, por exemplo, pelos exames de ingresso,  disciplinas dos cursos,  estágios obrigatórios e projetos de fim de curso. Docentes, discentes, governo e sociedade representariam, por exemplo, o agente supervisor. Tudo perfeitamente planejado e padronizado. A previsibilidade estaria garantida no processo. Por mais bizarro, frio e calculista que possa parecer, arrisco-me a dizer que a essência do processo descrito guia a implementaçao de inúmeros sistemas de ensino espalhados pelo mundo afora, inclusive no Brasil. O que talvez impeça a imediata constatação da assertiva anterior é que os programas de ensino, ao serem divulgados ante a sociedade, são frequentemente revestidos por uma roupagem mais, digamos, socialmente agradável. Isso é natural que ocorra, pois estes  são ligados diretamente à política de governo, e nenhum governo, obviamente, deseja ter sua imagem vinculada a algo bizarro, frio e calculista.




É fácil tecer críticas sobre esse modelo de processo. Inúmeros filósofos, escritores e estudiosos, do passado e do presente, como Aldous Huxley, Benjamim Bloom, Paulo Freire, Ken Robinson e Lueny Morell, já bem explicaram e argumentaram sobre a natural condição humana de dependência relacionada a aspectos inteiramente e exclusivamente individuais, como, por exemplo, motivação, vocação e felicidade. O ser humano, por definição, é rico em sua diversidade e também é extremamente emocional. O ser humano não é, portanto,  uma máquina a ser programada. Não pode, ou não deveria, ser inserido em qualquer processo sistêmico que esteja baseado em uma suposta padronização que vise essencialmente ao coletivo.  


Sob essa mesma linha de pensamento, também se debate frequentemente sobre a dificuldade do estabelecimento de um modelo padrão de ensino-aprendizagem para as gerações Y e Z em virtude de uma suposta inquietação e falta de concentração dos indivíduos dessas gerações. Há quem diga inclusive que as estatísticas relacionadas ao transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) estariam equivocadas quando apontam para o seu crescimento vertiginoso nas populações ocidentais. 
A explicação seria que o diagnóstico não leva em conta o desenvolvimento tecnológico já atingido pela sociedade, o qual oferta uma enormidade de opções para o processo ensino-aprendizagem, bem diferentes do modelo clássico professor-quadro-aluno, e, principalmente,  tampouco considera a diversidade do indivíduo, o qual pode melhor aprender se o método aplicado é de seu real interesse, e não estabelecido essencialmente em prol de um coletivo por meio de ditames padronizados.

Por outro lado, mesmo admitindo-se a total correção filosófica da exposição anterior, não vejo como seria possível considerar a diversidade sonhada ao implementar-se um sistema real de educação que tencione ser o mais eficiente possível para a sociedade. Há de se considerar que, ao se pensar em democracia, sociedade, justiça e termos afins, se faz notoriamente necessário associar também a definição de coletivo. Ou seja, é preciso que os guias de implementação estejam prioritariamente focados no coletivo. E não há como fazer isso se não for por meio de esquemas padronizados: o coletivo prepondera sobre o individual, sobre a diversidade. O coletivo, ou seja a padronização, deve ter sim a prioridade do governo. Essa é a realidade. 

Mas, claro, que há de se argumentar que uma política de governo essencialmente focada no coletivo pode se tornar também por vezes míope, sem enxergar a riqueza que poderia ser produzida pela diversidade. Isso é verdade também. Mas então qual seria a solução? A alternativa é única: continuar sim a investir na padronização do sistema de ensino-aprendizagem, considerando os interesses supremos da nação para definir-se a entrada e a saída do processo, además das métricas de contínua avaliação para assegurar-se que as devidas correções necessárias ocorram ao longo do tempo, perfeccionando-se o processo. Somente então, e desde que considerando o anterior satisfatoriamente atendido, desenvolver e implementar, em simultâneo, processos que visem à identificação da diversidade individual, ou seja, aderir-se ao que, filosoficamente, tem sido disseminado como o mais acertado para o ensino-aprendizagem. Estabele-se assim a diferença entre o possível em prática  e o filosoficamente ideal. Talvez até bizarro, frio, calculista e até industrial, mas, sobretudo, real.

Que Deus nos faça sempre felizes!


Escrito por: Prof. Carlo Kleber da Silva Rodrigues

sábado, 1 de junho de 2013

Professor ou Pesquisador no Ensino Superior?






Professor ou docente é uma pessoa que ensina uma ciência, arte, técnica ou outro conhecimento. Para o exercício dessa profissão, requer-se qualificações acadêmicas e pedagógicas, para que consiga ensinar a matéria de estudo da melhor forma possível ao aluno. É uma das profissões mais antigas, tendo em vista que as demais, na sua maioria, dependem dela. Paulo Freire ainda diz que: ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção.

Uma pesquisa é um processo sistemático de construção do conhecimento que tem como metas principais gerar novos conhecimentos, e/ou corroborar ou refutar algum conhecimento pré-existente. É basicamente um processo de aprendizagem tanto do indivíduo que a realiza quanto da sociedade na qual esta se desenvolve. A pesquisa como atividade regular também pode ser definida como o conjunto de atividades orientadas e planejadas pela busca de um conhecimento. Ao profissional da pesquisa (especialmente no campo acadêmico), dá-se o nome de pesquisador. 

Observando as  definições anteriores, me indago sobre a superposicão dos papéis que esses dois profissionais,  o professor  e o pesquisador, poderiam exercer perante a sociedade. Arrisco até a questionar se, de fato, há alguma superposição. Seriam então papéis excludentes entre si? Como ponto comum dessas definições, está a ligaçao e a afinidade com o meio acadêmico. Como ponto diferencial, está a qualificaçao pedagógica do professor, o qual deve buscar ensinar o assunto da melhor forma possível e, por parte do pesquisador, a busca incessante por um novo conhecimento.

Parece-me então que podemos, a despeito de alguma similitude, presumir que esses dois profissionais têm formações e objetivos diferentes. Isso quer dizer que um professor não precisa ser um pesquisador. Tampouco um pesquisador precisa ser um professor. Por outro lado, por vocação, um professor pode ser também um pesquisador, bem como um pesquisador pode ser também um professor.  Talvez essa combinacao seja a ideal e, se assim considerarmos, devemos rever as estruturas curriculares de formação que hoje permeiam as IES (Instituiçoes de Ensino Superior) e averiguar o que pode ser retificado ou ratificado para alcancar-se esse intento. É um processo naturalmente custoso e de longo prazo. Mas, definitivamente, se faz importante.

Enquanto isso não ocorre, é preciso reforçar a importância da existência de mecanismos permanentes de incentivo (bolsas, projetos, financiamentos, etc) para que todos os envolvidos diretamente neste contexto (ou seja: professores, pesquisadores e professores-pesquisadores) possam exercer seus papéis de forma plena e adequada. Por outro lado, é preciso também alertar que a criação de regras para a consecução de estatísticas focadas em avaliação e produção acadêmica (p. ex., número de artigos científicos publicados, número de orientandos, número de participação em congressos, avaliação de desempeno em sala de aula, etc.) deve ser feita de forma criteriosa, sob pena de potencialmente prejudicar o desenvolvimento do trabalho desses profissionais, por eventualmente se sentirem acuados e/ou pressionados. É preciso lembrar que a pesquisa e o ensino, como a própria aprendizagem, não são processos industriais, mas sim instrinsicamente humanos.

Sob esse contexto, ainda é preciso enfatizar-se dois pontos. Primeiro, a pesquisa e o ensino devem ter incontestavelmente suas prioridades estabelecidas em função de um projeto de interesse nacional. Ou seja, a nação precisa identificar seus reais objetivos. O que quer ser no presente e no futuro? A partir daí,  estabelecer o seu modelo de pesquisa e ensino e os detalhes a ele relacionado. Esse modelo deverá, dentre outros, prever as mudanças curriculares, assinaladas anteriormente, e guiar os mecanismos de avaliação e incentivo que deverão ser utilizados para o desempenho eficiente desses profissionais.

Segundo, a sociedade deve ser esclarecida e conscientizada do modelo que se pretende estabelecer e de sua importância para a nacão. O esclarecimento e a consciência coletiva, e por decorrência o apoio advindo,  tornam-se decisivos para o êxito pleno do modelo. Certa vez, ouvi uma esposa dizer-se muito orgulhosa de seu cônjuge, pois seus alunos haviam obtido notas máximas na disciplina que ele (o próprio conjuge) ministrava. Obviamente, isso, isoladamente, não significa muito, pois as provas aplicadas poderiam ter sido fáceis ou o seu conjugê poderia ser extremamente leniente. Outra vez, ouvi um cidadão criticar a existencia de restaurantes universitarios. Dizia ele que era um verdadeiro desperdicio de dinheiro público. Os dois exemplos, apesar de singelos e pontuais, exemplificam a falta de esclarecimento e consciência.

Que Deus nos faça felizes!
  
Escrito por: Prof. Carlo Kleber da Silva Rorigues.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Desenvolvimento e Sociedade






Acompanhei um seminário cujo tema era: Terceiro Setor – o quinto poder*. Durante três jornadas noturnas foram tratados assuntos sobre esse importante segmento da sociedade que, junto com o poder público (o primeiro setor) e as empresas (segundo setor) compõem a força organizadora e propulsora do desenvolvimento da sociedade.

O seminário foi organizado em três vetores: o primeiro um painel sobre o terceiro setor e o saber; o segundo sobre o terceiro setor e a solidariedade; finalizando o terceiro setor e a cidadania, o trabalho e o lazer. Cada jornada visou abordar um aspecto, dentre tantos existentes, da complexidade de gerir organizações com essas características.

A última palestra do terceiro painel foi apresentada por uma professora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), com o seguinte título: A Gestão no terceiro setor. Diferente de outras apresentações, as quais se baseavam em experiências pontuais de organizações constituídas, reais, a professora mostrou uma visão acadêmica sobre os estudos feitos sobre o tema, buscando contribuir com uma perspectiva de futuro.

A educadora apresentou um slide onde mostrava uma proposta de melhoria de uma gestão de sustentabilidade que se baseia sobre quatro pilares de gestão:  qualidade, redes, estratégica e comportamento organizacional. Segundo seus estudos, esse modelo criará condições para fundamentar as empresas do terceiro setor a se sustentar dentro do ambiente cada vez mais dinâmico nas mudanças, sobretudo nas informações e no conhecimento.

A gestão da qualidade se baseia na qualidade no atendimento do cliente e na educação continuada das pessoas suas atendentes. A gestão de redes se fundamenta na gestão das redes de parcerias que a empresa amealha e do seu portfólio de fornecedores, sem os quais os insumos necessários para seu funcionamento (bens ou serviços) não estarão a tempo e a hora na sua posse para atender suas demandas.

A gestão estratégica visa alinhar, estrategicamente, os processos e os projetos da empresa, de modo que seus esforços sejam direcionados para o atingimento dos objetivos, focados nas metas e aderentes às ações desenvolvidas. No tocante à gestão do comportamento organizacional a professora ressaltou a formação e a manutenção de talentos.

Ao observar os pilares propostos pela palestrante notei um ponto comum entre os quatro fundamentos apresentados: a centralização na pessoa, não na tecnologia. A gestão sustentável passa por ações humanas, iniciativas pessoais, não no incremento no arque tecnológico das empresas. Uma observação importante num mundo cada vez menor, com fronteiras cada vez mais fluidas, com informações cada vez em maior quantidade e com a comunicação cada vez mais rápida.

O fator humano é, sem dúvida, a base da organização de qualquer setor, não apenas do terceiro. O mundo está cada vez mais complexo e necessita de profissionais cada vez melhor preparados para enfrentar as incertezas de um futuro que se modifica com uma rapidez muito grande. Os talentos, como ela afirma, devem ser formados, o que se dá por meio da educação.

Outro ponto é a manutenção dos talentos. Geralmente as empresas em dificuldades financeiras buscam recuperar sua sustentabilidade com a redução de seus efetivos. Desconheço se esse é o melhor remédio para as organizações se recuperem dos percalços normais de gestão. Contudo, a manutenção de talentos é fundamental, conforme foi apontado, para que um empreendimento não fracasse. Os talentos são pessoas, não podemos nos esquecer disso.

Escrito por: Prof. Luiz Augusto.

*Terceiro setor é uma terminologia sociológica que dá significado a todas as iniciativas privadas de utilidade pública com origem na sociedade civil. A palavra é uma tradução de Third Sector, um vocábulo muito utilizado nos Estados Unidos para definir as diversas organizações sem vínculos diretos com o Primeiro setor (Público, o Estado) e o Segundo setor (Privado, o Mercado).

segunda-feira, 1 de abril de 2013

El plagio y su incidencia en la producción del trabajo de investigación


El plagio es un tema muy antiguo que pese a que los romanos no conocieron la propiedad intelectual sin embargo, condenaron el plagio por deshonroso.

Nuestra civilización con todos los avances tecnológicos ha facilitado la práctica del plagio, el mismo que debe ser condenado y  calificado como medio fraudulento, no es correcto presentar como propios resultados del esfuerzo intelectual que no hemos sido capaces de crear.

El gran avance tecnológico en la última década ha tenido trascendencia directa en el desarrollo de las competencias transversales de los estudiantes universitarios, no obstante, de manera paralela se han alcanzado resultados nada satisfactorios sobre cómo inciden en el proceso de enseñanza-aprendizaje las nuevas tecnologías, esto ha permitido que los trabajos de investigación presentados no tengan el contenido científico deseado,  peor aún sean producidos por su intelecto, creatividad, visión, conclusiones y razonamiento.

De acuerdo a estudios realizados, algunos científicos como: (Bowman, 2004). Indica que más de tres cuartas partes de la población estudiantil han plagiado parcial o totalmente un trabajo con información extraída de Internet al menos una vez en su paso por la universidad.

En nuestro país y en el mundo entero poco se ha dicho sobre esta vergonzosa práctica que representa la posibilidad de presentar trabajos ajenos como propios sin citar la fuente.

La cita no debe asumir las proporciones de una reproducción de las partes principales de la obra ajena, ni debe igualar en extensión e importancia al texto original. La cita para que sea licita debe realizarse transcribiendo los fragmentos necesarios siempre que estos no sean tantos ni seguidos, para que no puedan considerarse como una reproducción simulada y sustancial, sin perjuicio para el autor de la obra de donde se toman los datos.

Los compromisos de honestidad que firman los estudiantes al entrar en la Universidad, no son tomados en cuenta el momento de cometer plagio, con mucha facilidad se olvida la ética que como estudiante debe mantener ante sí mismo, y la institución que le dio la oportunidad de convertirse en un profesional de prestigio.

(Zamora, 2013). Un trabajo de investigación, como una tesis, está compuesto por: introducción, marco teórico, metodología, resultados, análisis y conclusiones.  La parte fundamental es el aporte del conocimiento que nace en el marco teórico, que da pie a la constancia práctica.  Por tanto, esta no puede ser deliberadamente copiada y peor aún no referenciada, sea cual fuere la necesidad por obtener un grado académico, dicho trabajo no puede, bajo ningún concepto, tener partes íntegras de un trabajo ajeno.  

Por lo tanto sería un error puntualizar que el plagio es una falta menor, o como un asunto de formalidad académica. Al contrario, el plagio es una falta grave de la honradez académica, de investigadores, docentes y estudiantes. Es un principio de honestidad intelectual que todos debemos reconocer; la deuda con los autores de las ideas, trabajos y datos que forman la base del trabajo que en algún momento de nuestra vida estudiantil y porque no decirlo profesional hemos presentado como nuestros sin serlo. Hacer pasar por propio el trabajo de otros es no sólo muestra de falta de compañerismo, sino también significa un fracaso en el proceso de aprendizaje.

El plagio deliberado es un comportamiento poco ético practicado diariamente en el nivel Educativo y puede conducir a graves consecuencias para la futura carrera profesional que aspiramos obtener; a la vez que quiebra las bases y disminuye el prestigio de la institución a la cual pertenecemos.

La tentación de cumplir con la obligación académica  a través del menor esfuerzo posible siempre estará presente, pero el estudiante deberá ponderar que cuando comete plagio se está engañando así mismo ya que no obtendrá los conocimientos que sus profesores desean transmitirlos, a sus familiares que con orgullo confían en su formación, a la Universidad con sus profesores que no estarían cumpliendo con su papel formativo y a la sociedad en general que aspira  la mejor formación posible para todos los estudiantes.

Muchas universidades y centros de información ya se proveen reglamentos internos para prevenir y reprimir el plagio sobre todo por parte de los estudiantes.

En el ámbito académico los profesores también pueden y deben ayudar a disminuir en parte el plagio por ejemplo dejando diferentes trabajos cada semestre y fomentando la creatividad en sus estudiantes, así como dedicar tiempo para explicar debidamente lo que es el plagio y algunas estrategias para evitarlo y no solamente mencionando las sanciones que podría aplicar si se encuentra un caso de plagio.

Es evidente entonces que el fácil acceso a todo tipo de información desde Internet, hace que sea más urgente el tratar este problema ya que cada vez más los estudiantes dependen solamente de esta fuente de información y son más propensos al conocido “copiar y pegar” olvidando así la importancia de referenciar y de buscar otras fuentes de información alternativas que complementen sus trabajos.
Por lo que se hace necesario que tanto docente como estudiantes se comprometan a tener más cuidado en la elaboración de sus trabajos de grado, aplicar los conocimientos adquiridos durante su vida estudiantil, utilizar las normas existentes para que su trabajo de grado refleje el resultado de su esfuerzo y sacrificio. 

A fin facilitar la redacción de un trabajo de grado se recomienda el uso de la Normas APA, documento editado por American Psychological Association, las mismas que ya han sido adoptadas por un número significativo de revistas en distintos países del mundo, también han sido adaptadas e incorporadas en las reglamentaciones de muchos programas de postgrado de instituciones universitarias de prestigio, ejemplo que debemos seguir para mantener la imagen institucional y el prestigio de sus graduados.

Señores, señoras, público presente 
01-04-2013

Escrito por: Ing. Bety Vasco Orellana, MSc. Directora de la Biblioteca "Alejandro Segovia" de la Escuela Politécnica del Ejército, Ecuador.