Tenho visto e ouvido uma série de comentários a respeito de planejamento escolar. A reestruturação de ensino me soa uma tarefa tão recorrente quanto à reforma agrária, como nos mostram os livros de História quando falam da Roma antiga. Os anos e os séculos passam e se busca adaptar à realidade de hoje as necessidades básicas do ser humano – o ensino entre elas.
A orientação do ensino sofreu uma série de mudanças, muita das quais acompanho desde menino. Não sofri a palmatória institucional na escola, mas levei bolo na mão quando tirava menos que oito. Não ajoelhei no milho, mas fui para a sala ao lado ficar de costas para a parede como castigo por falar em forma na entrada da sala.
Quando fui cursar a Academia Militar não tive problemas em enfrentar a disciplina. Sempre me julguei autodisciplinado e as passagens do passado me deram a noção que é preciso disciplina e ordem para que se possa realizar algo de valor. O “jeitinho” e o “você sabe com quem está falando” é coisa de país subdesenvolvido.
O brasileiro, em geral, tem a mania de importar os valores alheios, sobretudo dos Estados Unidos, sem importar valores que realmente contam. Importam-se a música, os filmes, as palavras, as gírias e as gestões empresariais. Não se importam, todavia, o amor à pátria, o culto aos símbolos e à história nacional.
Aqui no Brasil o povo, de forma geral, não guarda sua memória. Porém, admiram-se em ver num Museu Britânico artefatos do Século V preservados com carinho e cuidado pelos ingleses. Um cerimonial com uniformes históricos em Brasília são fora de moda ou cheiram a mofo. A troca da guarda no Palácio de Buckingham, porém, é chique. Uma lástima.
No ensino, as fórmulas variam. Criaram-se e criam-se várias abordagens. Até uma “pedagogia do prazer” foi propalada como forma de fazer com que o Aluno aprenda de maneira não traumática e de forma mais construtiva. Todas elas, acredito, fundamentadas para que se chegasse à melhor qualidade de ensino.
Na prática, porém, o que vejo nas salas de aula e o que me é transmitido por outros professores é que o Aluno está cada vez mais sem base, possui cada vez menos conhecimento e não quer, cada vez mais, estudar. As piadas que circulam por e-mail das “barbaridades” cometidas em vestibulares são famosas. Não sei se são verdadeiras, mas ajudam o Jô Soares a fazer algumas piadas.
Penso que devemos abandonar tudo isso. Quando os problemas são complexos geralmente as respostas são bem simples. No caso eu sugiro a criação da Pedagogia do estudo: o Aluno vai para a sua aula e depois ele vai estudar. Só. Simples assim. Prático. Objetivo. Sem investimento público, sem leis ou decretos estatais. Sem preocupação psico-pedagógica. Só estudar.
Os Alunos de hoje, de forma geral, querem conhecimento como se jogassem videogame: se não vencer a fase tenta de novo ou desliga a máquina para ir passear no shopping. Não se importam em serem desafiados e superarem os obstáculos: não consegui, jogo amanhã, pensam.
A cada dia a sociedade está mais competitiva e necessitando de pessoal cada vez mais qualificado. Em contrapartida, nossos jovens estão cada vez mais longe da prática da leitura, do estudo e da reflexão sobre as coisas importantes da vida.
Sugiro que estudem mais, comam menos hot dogs, ouçam menos funk ou hip hops.
Escrito por: Prof. Luiz Augusto.
O texto abre uma discussão contundente sobre as metodologias de ensino que têm sido propostas ao longo dos últimos anos. Para efeito de comparação e posicionamento, o autor utiliza sua própria história de vida. Convido-os a ler e opinar sobre as opiniões do autor.
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