Os
comentários sobre a educação passam por vários debates. Um dos que ouvi foi a
respeito de que a escola deveria possuía a administração de uma empresa. Já vi
pessoas a favor e contra. Não acredito que se chegue a um consenso. Afinal, a
educação é um tema de discussões há milênios.
Acredito
que me filie aos que não vejam a educação como uma empresa. A escola,
fisicamente falando, pode ter essa conotação. Porém, a educação não perpassa,
segundo minha opinião, por esse lado. Educar é mais que os bancos escolares e a
biblioteca.
A
formação de pessoas é uma atividade que não tem uma coisa crucial: não pode
falir. A empresa vai à falência, a legislação cuida dela. Os danos são alvo de
reparação, pagamentos se realizam, penhoras e se aplicam multas, etc. Quando a
educação falha, quem paga?
Quando
falha, todos pagam. Não há como reverter. Não há como indenizar. Não há como
reparar. O dano se instalou e a desgraça repercute para o país. As pessoas que
falharam no processo não serão punidas, pois são muitas e se perdem no tempo.
Mas a Empresa-Educação não consegue se recompor.
A
gestão escolar, onde os meios se colocarão para que as pessoas se beneficiem do
processo ensino-aprendizagem, pode ter uma visão empresarial. Mas isso não se
aplica quando o gestor, a pessoa dos números, decide transpor a sala de aula
para uma planilha de custos. A educação é um investimento. Um sonho.
Quando
se dá importância aos números, não ao processo, falham todos. Os resultados da
educação se mostram em longo prazo. O gestor deveria, com muito bom senso,
compreender que faz parte de uma engrenagem muito maior. Sua parte é
importante, mas não decisiva na educação.
O
governo entra como gestor de qualidade. Medindo a educação, mas não de forma
quantitativa. Números se enganam, se distorcem, se modificam. Os danos que essa
ótica traz para o país é catastrófica. Apenas medir o sucesso aliado à
estatística torna a medida muito míope.
Escolas
são bens tangíveis. Mas lá ocorre a educação, um bem intangível que se torna
concreto quando resulta em progresso de um país.
Professor e Educador Luiz Augusto ( prof.luau@gmail.com )
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