O Ensino a Distância (EAD) é recheado de algumas características que o diferencia naturalmente dos métodos tradicionais, o ensino presencial. O simples fato de o aluno não encontrar-se rotineiramente em sala de aula e o exercício das atividades de ensino-aprendizagem ocorrer, em sua grande maioria, de forma remota é, reconhecidamente, o grande diferencial nessa modalidade.
Após participar de alguns cursos,
tanto como aluno e também como professor, e aqui surge uma nova
entidade, o tutor, percebi a importância da mecânica, para não me
referir à didática e prática pedagógica, da dinâmica que se deve
imprimir para motivar os discentes à busca pelo conhecimento. Neste
contexto, avulta de importância, a meu ver, os veículos de
comunicação que são disponibilizados para divulgação dos
assuntos a serem abordados – o material didático.
O que percebo é que há necessidade
imperiosa que tais conteúdos sejam trabalhados de forma harmônica
e, principalmente, sofrerem uma severa revisão gramatical e de
conteúdo. Aliás, essa é uma exigência não só no EAD mas em
todas as modalidades de ensino. Destaco o EAD, pois segundo aquelas
características relatadas anteriormente, o aluno passa a ser um
aprendiz e um maestro do seu próprio ensino, simultaneamente.
Será que ao utilizarmos um material
com baixa qualidade, tanto em conteúdo como na sua forma, iremos
motivar e ser honestos no ensino com esses alunos? Afinal, o
autodidatismo tem um preço e um limite para filtragem do material
disponível na Internet. A qualidade do ensino é medida, entre
tantos indicadores, pela qualidade e fidedignidade do conteúdo
apresentado nos materiais didáticos, e em particular na modalidade
EAD.
Erros são aceitos até que ponto?
Errar a grafia de uma palavra é lamentável, em se tratando de
material didático, mas o que se torna mais grave e irreparável são
os erros conceituais. Sinceramente, já atestei isso e confesso que
geram dúvidas até mesmo na credibilidade do ensino, para ser mais
abrangente. Entendo que não se pode generalizar por um único
aspecto ligado, talvez, a uma determinada disciplina quando isso
ocorre. Então me pergunto: onde está o compromisso do
professor/tutor em disponibilizar tais materiais de forma
irresponsável? Na visão dos alunos, o que está escrito e deve ser
lido e estudado é uma “verdade” inquestionável. Mas, nem sempre
isso ocorre.
A gravidade desse assunto é tão
séria que mereceria, por parte dos órgãos reguladores do ensino, apreciar tais materiais para que os alunos não fiquem reféns da
irresponsabilidade. Afinal, o MEC aprova a prática EAD, mas deve-se
criar mecanismos reguladores para coibir essa deficiência
lamentável. Como fazer isso? Não sei, apenas afirmo que material
didático errado fatalmente resultará em uma formação profissional
danosa, até para a própria sociedade. Alguém de sã consciência
iria solicitar a ajuda de um profissional que teve deficiência em
sua formação? Acredito que não.
Se é para disponibilizar cursos EAD,
que os mecanismos de controle sejam severos, pois isso não se trata
de mercado educativo, mas formação consciente e com responsabilidade
social, que deve ser levada verdadeiramente a sério pelas
Instituições de Ensino Superior.
Sabe-se que devem ser adotadas várias
técnicas ao se produzir materiais didáticos para cursos ou mesmo
disciplinas a distância, mas creio, pela minha experiência, que isto
é muitas vezes relegado. Diferentemente, já apreciei materiais de
excelente qualidade, tanto na forma e disposição dos assuntos como
em seu conteúdo programático.
Com o avanço tecnológico digital, materiais didáticos de várias matizes podem ser produzidos e
disponibilizados para estudo. A diversidade de formas minimiza a
monotonia do estudo e motiva o aluno à busca do conhecimento. Como
os perfis de alunos são diversos, certamente o material didático
com essa abordagem bem abrangente muito provavelmente atenderá a
esse público heterogêneo.
Tratando-se de vídeo aulas, é
interessante ter uma abordagem bem objetiva de forma a não se tornar
muito extenso. Acredito que para cada conteúdo abordado deve-se
gastar, no máximo, de 5 a 10 minutos de exposição. Aula EAD não é
aula presencial pois não trata-se de uma abordagem interativa, mas
de uma única pessoa, o professor.
Assim, a seriedade que deve ser
revestida a este assunto é crucial para que possamos, nós docentes,
transmitir confiança daquilo que nossos alunos devem ter
conhecimento, para contribuir em sua formação profissional de
maneira sólida e responsável.
Escrito por: Prof. José Gladistone da Rocha.
O texto alerta sobre a importância da qualidade do material didático utilizado no EAD. Obrigado ao autor por compartilhar suas ideias e experiências práticas vivenciadas.
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