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Ensino Superior no Brasil e no Mundo

terça-feira, 13 de novembro de 2012

O material didático no Ensino a Distância




O Ensino a Distância (EAD) é recheado de algumas características que o diferencia naturalmente dos métodos tradicionais, o ensino presencial. O simples fato de o aluno não encontrar-se rotineiramente em sala de aula e o exercício das atividades de ensino-aprendizagem ocorrer, em sua grande maioria, de forma remota é, reconhecidamente, o grande diferencial nessa modalidade.
Após participar de alguns cursos, tanto como aluno e também como professor, e aqui surge uma nova entidade, o tutor, percebi a importância da mecânica, para não me referir à didática e prática pedagógica, da dinâmica que se deve imprimir para motivar os discentes à busca pelo conhecimento. Neste contexto, avulta de importância, a meu ver, os veículos de comunicação que são disponibilizados para divulgação dos assuntos a serem abordados – o material didático.
O que percebo é que há necessidade imperiosa que tais conteúdos sejam trabalhados de forma harmônica e, principalmente, sofrerem uma severa revisão gramatical e de conteúdo. Aliás, essa é uma exigência não só no EAD mas em todas as modalidades de ensino. Destaco o EAD, pois segundo aquelas características relatadas anteriormente, o aluno passa a ser um aprendiz e um maestro do seu próprio ensino, simultaneamente.
Será que ao utilizarmos um material com baixa qualidade, tanto em conteúdo como na sua forma, iremos motivar e ser honestos no ensino com esses alunos? Afinal, o autodidatismo tem um preço e um limite para filtragem do material disponível na Internet. A qualidade do ensino é medida, entre tantos indicadores, pela qualidade e fidedignidade do conteúdo apresentado nos materiais didáticos, e em particular na modalidade EAD.
Erros são aceitos até que ponto? Errar a grafia de uma palavra é lamentável, em se tratando de material didático, mas o que se torna mais grave e irreparável são os erros conceituais. Sinceramente, já atestei isso e confesso que geram dúvidas até mesmo na credibilidade do ensino, para ser mais abrangente. Entendo que não se pode generalizar por um único aspecto ligado, talvez, a uma determinada disciplina quando isso ocorre. Então me pergunto: onde está o compromisso do professor/tutor em disponibilizar tais materiais de forma irresponsável? Na visão dos alunos, o que está escrito e deve ser lido e estudado é uma “verdade” inquestionável. Mas, nem sempre isso ocorre.
A gravidade desse assunto é tão séria que mereceria, por parte dos órgãos reguladores do ensino, apreciar tais materiais para que os alunos não fiquem reféns da irresponsabilidade. Afinal, o MEC aprova a prática EAD, mas deve-se criar mecanismos reguladores para coibir essa deficiência lamentável. Como fazer isso? Não sei, apenas afirmo que material didático errado fatalmente resultará em uma formação profissional danosa, até para a própria sociedade. Alguém de sã consciência iria solicitar a ajuda de um profissional que teve deficiência em sua formação? Acredito que não.
Se é para disponibilizar cursos EAD, que os mecanismos de controle sejam severos, pois isso não se trata de mercado educativo, mas formação consciente e com responsabilidade social, que deve ser levada verdadeiramente a sério pelas Instituições de Ensino Superior.
Sabe-se que devem ser adotadas várias técnicas ao se produzir materiais didáticos para cursos ou mesmo disciplinas a distância, mas creio, pela minha experiência, que isto é muitas vezes relegado. Diferentemente, já apreciei materiais de excelente qualidade, tanto na forma e disposição dos assuntos como em seu conteúdo programático.
Com o avanço tecnológico digital, materiais didáticos de várias matizes podem ser produzidos e disponibilizados para estudo. A diversidade de formas minimiza a monotonia do estudo e motiva o aluno à busca do conhecimento. Como os perfis de alunos são diversos, certamente o material didático com essa abordagem bem abrangente muito provavelmente atenderá a esse público heterogêneo.
Tratando-se de vídeo aulas, é interessante ter uma abordagem bem objetiva de forma a não se tornar muito extenso. Acredito que para cada conteúdo abordado deve-se gastar, no máximo, de 5 a 10 minutos de exposição. Aula EAD não é aula presencial pois não trata-se de uma abordagem interativa, mas de uma única pessoa, o professor.
Assim, a seriedade que deve ser revestida a este assunto é crucial para que possamos, nós docentes, transmitir confiança daquilo que nossos alunos devem ter conhecimento, para contribuir em sua formação profissional de maneira sólida e responsável.

Escrito por: Prof. José Gladistone da Rocha.

Um comentário:

  1. O texto alerta sobre a importância da qualidade do material didático utilizado no EAD. Obrigado ao autor por compartilhar suas ideias e experiências práticas vivenciadas.

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