O
General George Smith Patton Jr, veterano das duas Guerras Mundiais, escreveu um
livro pouco antes de morrer. O livro se intitulava A GUERRA QUE EU VI. Relatava
episódios ocorridos durante a 2ª Guerra Mundial e algumas lembranças de sua
carreira. É um documento precioso de alguém que viveu, intensamente, a primeira
metade do século XX.
O
capítulo final possuía uma relação de ensinamentos de vida colhidos na guerra.
Esse capítulo se intitulava FAZENDO JUS AO MEU SOLDO. Relatava, entre outras
coisas, o exemplo como fator para que os homens sigam um líder num conflito.
Utilizava uma metáfora com um macarrão. Dizia que empurra um fio de macarrão
num prato era muito difícil. Puxá-lo, nada mais fácil.
O
Governo federal, por caminhos certos ou errados, acabou por regular o Exame
Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE), como parâmetro de qualidade. Assim,
as Instituições de Ensino Superior (IES) possuirão recursos e integrarão o
ranking nacional a partir do desempenho de seus egressos. Assim, essas
instituições planejaram seus esforços para a qualidade.
Assim,
o ENADE vai ao encontro do que ensinava o general americano: não adianta a
tentativa de empurrar para qualificar. Precisamos colocar um objetivo, uma
meta, lá na frente, para puxar o desempenho dos que seguem nessa direção. Na
guerra, o líder. No ensino, o padrão de qualidade, o parâmetro de medida, o
certificado de qualificação do produto.
As
pessoas podem perguntar: o Exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) não é
um padrão de qualidade? Acredito que não. É um exame fechado, auditado pela
própria OAB, sem um controle externo de discussão de seus métodos. O Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), por outro
lado, possui equipes interdisciplinares de avaliação, com métodos reconhecidos
e evolução constante.
Á
Pátria Educadora da segunda gestão da presidente Dilma Rousseff, iniciada com
seu discurso de 1° de janeiro de 2015, modificou o ingresso nas IES. A mídia,
pesquisadores, entre outros, denunciam há anos a fragilidade do ensino básico
no país. Contudo, repetindo a fórmula do ENADE, acredito que, talvez por linhas
tortas, planejado ou não, as instituições de ensino utilizem as novas regras do
Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) para o planejamento de suas ações
educacionais.
A
prática mostrou que o aluno se guia pelo desafio que tem que enfrentar. Caso seja
uma prova de uma disciplina, estudará para ela. Caso seja o ingresso no ensino
superior, se preparará para ele. Como um atleta que busca melhorar seu
desempenho. Esse mesmo atleta, por outro lado, definirá um objetivo como
barreira a ser vencida: uma altura, uma distância, um tempo, etc.
As
mudanças causam desconforto. A Humanidade, entretanto, evoluiu por seu não
conformismo. Viveríamos até hoje em cavernas se não fosse o desejo de querer
algo melhor. A mudança, na maioria das vezes, é a mola impulsionadora do
progresso. Manter o status quo não garantirá a sobrevivência nem um
avanço da tecnologia. Assim como manterá, invariavelmente, a evolução à reboque
dos conformistas.
Patton
tinha razão. A educação brasileira espera que as novas regras surtam um efeito
benéfico. Do contrário, sempre se pode piorar.
Prof. Luiz Augusto ( prof.luau@gmail.com )
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