A
Copa do Mundo deixou muitos legados. Desde o comportamento nos estádios ao
desempenho das seleções, tudo será de grande valia para observações, análises e
comentários. Fica a Alemanha vencedora levando os maiores créditos. O Brasil,
após uma série de erros e a fragorosa derrota, também passará por análises para
se compreender o que houve e, principalmente, como não se repetir o fiasco
apresentado em campo (e fora dele).
O
Padrão FIFA foi decantado como algo de excelência. Contudo, as manipulações
ocorridas em campo (e fora dele) contribuíram para um incremento artificial da
qualidade do espetáculo. Fica-se perguntando: os fins justificam os meios?
Temos uma Copa do Mundo de alta qualidade e jogos das competições nacionais que
deixam muito a desejar?
A
FIFA introduziu modificações que surtiram efeito: não penalizar com cartões
amarelos e vermelhos no primeiro tempo; redução das dimensões do campo;
medições as mais variadas possíveis; mudança da bola do jogo para favorecer os
chutadores; dentre outras. Ou seja: mudança das variáveis do jogo para torna-lo
mais atraente, emocionante e vendável.
Na
educação ocorre algo semelhante: a manipulação de variáveis para dar uma
sensação de conforto. Um amigo disse uma vez que “estatística é a arte de
enganar os números”. Uma escola em Brasília certa vez colocou um anúncio de que
tivera “aprovação 100 % no vestibular”. Soube-se depois que apenas um aluno
dali se inscrevera e passou! A estatística estava certa, mas a mensagem
ludibriava os incautos.
Qualquer
que seja a estatística da educação brasileira, ela se construiu para modificar
o que os indicadores internacionais (que nossas instituições de ensino não
modificam): ela é péssima. Públicos ou privados, os números mostrados não
condizem com a realidade que os professores veem nas salas de aula: alunos cada
vez mais mal preparados; pouca (ou nenhuma) leitura; sofrível capacidade de
expressão oral e escrita.
Na
onda do padrão FIFA, fico com o padrão Alemanha: planejamento de longo prazo;
resistência às pressões por resultados imediatistas; e, sobretudo: atingimento
dos objetivos traçados. Viva a Alemanha!
Escrito por: Professor e Educador Luiz Augusto ( prof.luau@gmail.com )
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