Em
algum momento da trajetória acadêmica do Brasil houve uma perda de rumo. Não
sei se teve como origem o momento político pós-governos militares, não sei se fruto
de uma abertura ampla, geral e irrestrita em tudo. Não sou capaz de precisar,
só de perceber.
Aristóteles,
conhecido filósofo grego, dizia que “a virtude está no meio”. Sei que a sala de
aula da palmatória não é um belo exemplo didático. Tampouco a turma do “não
estudei mas tenho uma opinião” não é o que se espera. A formação das nossas
universidades necessita, urgentemente, atingir o ideal aristotélico.
Ouvi
um comentário sobre as salas de aula portuguesas. Não sei se é verdade, mas vá
lá (vendo o peixe que me passaram): a dúvida é uma concessão do professor, não
um direito quase divino do aluno. Cabe ao professor analisar a questão e, (somente) se achar pertinente, abre espaço para perguntas. Navegar é preciso, mas
acho isto um pouco demais.
Por
outro lado, no Brasil, aluno tem opinião. Parece uma escolha da seleção de
futebol: cada um tem a sua. Além disso, Estatutos e outras leis, fora as
necessidades imperiosas das estatísticas e rankings
escolares (entenda-se captação de recursos), colocam o aluno sob um espesso
manto de proteção ofertado pelo sistema.
O
meio acadêmico é, em essência, um caldeirão de ideias. Porém elas não surgem
por geração espontânea: são descendentes de outras ideias consolidadas no saber
da humanidade. Exceto raras e merecidas exceções, realizadas por alunos muito
além do seu tempo, as novas ideias surgem da dialética das ideias conhecidas.
Como
se conhecem essas ideias? Pelo estudo. Porém, em muitas instituições de Ensino
Superior brasileiras, estudar é quase um sacrilégio. Dizer para o aluno estudar?
Nem de longe! Fere suscetibilidades. Inaceitável. Há solução? Claro! No país do
“jeitinho” (típico como jabuticaba) criou-se a m-e-t-o-d-o-lo-g-i-a! O aluno
não aprende? Professor! É a sua metodologia! Troque-a, urgente!
Quando
era moço (pelo termo que utilizei faz muito tempo) aprendi que estudar era o
único caminho para o sucesso. Talvez se no Brasil, como no Japão, a ascensão
social se desse pelo estudo, talvez não tivéssemos resultados pífios em
qualquer ranking de faculdades ou
exames de capacidade. O futebol encanta e enche o bolso dos craques, mas alguém
necessita de condições técnicas para gerar, e gerir, o espetáculo.
É o
que se diz do aparato necessário às arenas da Copa de 2014. O aparato técnico
para a geração das imagens de forma globalizada exige gente de conhecimento,
pessoas muito capazes em seus ofícios. Acredito que eles até possuíam alguma
opinião nos seus cursos, mas também estudaram muito para atingir um nível de qualidade.
Quando moço a única metodologia era estudar. Talvez fosse essa a solução para
nossos alunos de hoje.
Escrito por: Professor e Educador Luiz Augusto ( prof.luau@gmail.com )
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