A
chegada ao Ensino Superior é uma etapa muito importante na vida de todos os
estudantes. É um momento de dúvidas e incertezas, atingimento de sonhos e
objetivos. Muitas vezes uma completa incógnita, pois o que os espera por trás das
portas de uma faculdade não é tão determinado quanto às matérias estudadas nos atuais
Ensinos Fundamental e Médio.
A dinâmica
do Ensino Superior é muito diferente do Fundamental e do Médio. Fórmulas e
equações da Física e da Matemática não mudaram. A Tabela Periódica da Química,
iniciada por um cientista russo, continua aí. Enfim, as Ciências Exatas
continuam cada vez mais exatas. Revejo com minha filha a Ótica e Termodinâmica
que estudei há mais de trinta anos atrás. Creio que só as figuras mudaram.
Lembro
quando tomei conhecimento, pela primeira vez, da divisão de disciplinas em uma
Instituição do Ensino Superior. Vi o curso de Direito de um amigo todo
organizado em dez semestres de créditos. Não se faziam matérias: os alunos
acumulavam créditos, alguns livres, outros vinculados a outros créditos (os pré-requisitos).
Não entendi nada. Ele passou vários minutos me explicando. Coisa inventada após
1964.
Chegar
à faculdade é um momento único. É como ser pai ou mãe de primeira viagem. Uma
expectativa do que será que será. Misto de curiosidade, apreensão, esperança e
alegria. Num país que não valoriza a educação, apenas na hora que falta (como o
almoço ou o jantar), o curso superior é um momento mágico. Como chegar à escola
de Magia e Bruxaria de Hogwarts.
O
novo aluno necessitaria passar, em todas as instituições, por uma semana de
acolhimento. Ser recebido, receber as boas-vindas. Não por um Coordenador, por
professores. Mas sim uma recepção institucional. Levado a conhecer a sua nova
casa, passear pela instituição, conhecer sua história, ver as salas,
laboratórios, os recursos à sua disposição. Saber os aspectos obrigatórios também,
é claro. Mas, acima de tudo, sentir-se “da casa”.
O
acolhimento é mais importante, a meu ver, para adultos que fazem sua primeira
graduação. Os recém-chegados que estão há muito tempo longe da sala de aula. A
rotina de estudos e a necessidade do “algo mais” podem esmorecer quem não tem
hábitos de estudo há tempos. Porém, ele necessita de apoio: mostrar que estudar
o engrandecerá como profissional e como pessoa. Enfim, o tornará um brasileiro
melhor e um cidadão mais consciente.
Um
aluno é uma joia rara. Deve ser lapidado desde que põe os pés pela primeira vez
na instituição. Deve ser algo muito sério e muito nobre: aluno. Não cliente:
aluno. Pois quem se educa merece respeito, apoio. Muito trabalho também, é
claro. Mas deve ser mais um participante de cada casa de ensino superior deste
país.
Demos
boas vindas aos mais novos alunos do Ensino Superior deste país. O Brasil, e
eles, merecem.